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24 de janeiro de 2006

Não Faça Teatro !


Cena 1:
Suponha que você, um(a) adulto(a) saudável, de plena posse de suas faculdades mentais (aquelas que, segundo diria Juca Kfouri, não te reprovam nunca), adore comer batatas fritas. Ou então, um ovinho frito. Com bastante sal, é claro.
Agora suponha também que você não deva mais comer estes alimentos com sal. Por forte recomendação médica, por exemplo.
Você quem sabe dirá, pelo menos no início:
-Ah, mas sem sal não dá. Perde toda a graça!
Verdade, provavelmente. Pelo menos pra você.
Corta.
Cena 2:
Entra na cozinha (ou na copa) aquele seu querido filhinho de 4 anos de idade.
Você põe à mesa um belo prato de, digamos, legumes e vegetais (uma sopinha deliciosa, vai).
E o “pestinha” não quer comer !
O que você (o que é formado nas faculdades mentais, lembra?) faz?
Não tente convencê-lo das propriedades maravilhosas das vitaminas A e B 6, por exemplo. Não dará certo.
Nem olhe pra ele daquele seu jeito costumeiro (ele já conhece). Nem o force a comer. Nem grite. Nem saia correndo. Nem pule numa perna só...
Agora, volte à cena anterior.
Se nem você, que entende os motivos de uma dieta saudável, vai se adaptar com facilidade ao “novo” (uma dieta insossa), não exija isso do seu pimpolhinho, vai.
Para uma criança da idade do seu filho (4 anos, neste caso) todos os alimentos são mais ou menos novos.
E ele tem todo o direito de estranhar certos alimentos, de não gostar de outros, até de ter nojinho de muitos deles!
Com o tempo é provável que o gosto dele vá mudando. Desde que:
Você não se mostre tão (como é costume) ansioso (a) com a atitude dele, dê exemplo (comendo os alimentos mais saudáveis com freqüência), lembre que isto costuma ser apenas uma fase, exponha o seu filho a alimentos diferentes várias vezes (expor é diferente de forçá-lo a comer, pode ser apenas brincar – brincar mesmo! – falando nisto, qual foi a última vez que você entregou uma banana ou um tomate na mão do seu filho e deixou que ele brincasse com aquilo à vontade?), não o critique por não comer certos alimentos (e o elogie quando come), associe (às vezes) alimentos menos palatáveis com outros mais (cenoura com ketchup, por exemplo). E, fundamentalmente:
Não pule mais numa perna só (fica ridículo!)
(o Ministério da Saúde deveria advertir: as orientações acima são válidas somente quando acompanhadas das devidas avaliações médicas, é claro)

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