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20 de dezembro de 2019

Um (Trans) Passo


Claro que banir a gordura trans (um monstrengo molecular que comemos sem perceber em muita coisinha gostosa) deve trazer benefícios para a saúde da população brasileira (assim como aparentemente já trouxe para a Dinamarca, que há quase vinte anos já a baniu). 
E claro que a medida vem com anos de atraso (meio que forçada pela Organização Mundial da Saúde em relação a todos os países). 
O cuidado daqui para frente será o de não achar que "tirou trans, liberou!".
Essa é uma tentação grande nas preocupações dietéticas. Achar que a saúde se resolve com medidas únicas, "mágicas", de um só nutriente.
Não. Ainda estaremos comendo muito. Ainda estaremos nos entupindo de carboidratos de má qualidade. Ainda estaremos exagerando nas gorduras, no sal. Ainda estaremos nos movimentando pouco pra tanto alimento.
Trans é um passo. 

13 de dezembro de 2019

Caro Apetite



Você daria um remédio para seu filho que constasse na bula com clareza - como acontece nos Estados Unidos, onde tem receita controlada - os seguintes efeitos colaterais:
Sedação
Depressão
Tremores
Convulsões
Alucinações
Insônia
Confusão mental
Tontura
Parada respiratória
Parada cardíaca
e, finalmente... morte
(por motivos banais?)
Pois é o que tem acontecido nos últimos tempos no Brasil. E com frequência crescente.
Por que? 
Porque mamães ansiosas com a "falta de apetite" dos seus filhos (na grande maioria saudáveis e com desenvolvimento normal, até que alguém - parente, ou o que é mais grave, "profissional" - invoque com seus pesos) têm recorrido a esse medicamento (antes também de uso controlado no Brasil, mas atualmente escandalosamente presente em várias das "vitaminas para abrir o apetite" de compra livre no mercado farmacêutico), a ciproeptadina.
Tenho até receio de dizer: abre sim, o apetite. De maneira um pouco nebulosa, mas envolvendo algumas vias metabólicas complexas (justamente daí boa parte do seu perigo), inclusive induzindo o paciente a uma forma de hipoglicemia, natural causadora de um maior apetite. 
Está ao alcance das mãos. Molezinha. Com resultados muito rápidos e "satisfatórios". Até que um dos efeitos citados sobrevenha. 

6 de dezembro de 2019

Skype Home


Quem está nas proximidades do cinquentenário saberá do que estou falando.
O filme "E.T." foi um marco do cinema.
A amizade inesperada, o preconceito, a incompreensão inter-geracional, a violência da sociedade, a frieza do cientista face ao "humano". Todos estes temas foram abordados de forma que mesmo as próprias crianças compreendessem. Um filme "pra adulto" que as crianças amaram. O que inaugurou, dentre outras coisas, essa mesma linguagem para os atuais filmes de animação.
Não foi só isso. O diretor Steven Spielberg, no auge, criou uma maneira "infantil" de filmar, com o ângulo de visão da câmera como que manipulada por uma criancinha de seis ou sete anos, dando a exata dimensão desse universo em miniatura.
A cena - hoje incrivelmente banal - da bicicletinha "movida à E.T." no bagageiro subindo aos céus arrancava aplausos fervorosos e lágrimas dos olhos de cinemas lotados.
O mundo mudou. Sempre muda. É mesmo por isso que um comercial de uma entrega de filmes via cabo (justamente o oposto do entretenimento social que representava a ida ao cinema) com o mesmo personagem (um E.T. igualzinho, "tirado do armário", até parecendo meio sem graça de dar as caras novamente), mas com um Elliot de meia idade o apresentando aos seus filhos e esposa (sem conflitos, sem dramas, sem objetivos e sem graça) dá a essa geração elliotiana uma tremenda tristeza, uma sensação meio que de vazio, a sensação de que qualquer emoção é meio fake, pois nada mais assusta ou causa admiração.
Um "E.T." zoiudo com cara de eletrodoméstico não é mais uma exceção.


29 de novembro de 2019

Não Adianta Saber


O maior exemplo (sempre dado) é o do tabagismo. Levou-se muito tempo para se entender (ou mesmo acreditar) que os cigarros encurtavam a vida, de diversas formas. Mas para muitos, ainda hoje, não adianta saber. O fumo não foi eliminado, ainda que tenha caído em popularidade, e medidas anti-fumo tenham sido implementadas no mundo todo.
Em todas as áreas - não somente na saúde, claro - em muitas ocasiões, não adianta só saber. 
Outro exemplo? Os excessos, ou os "erros", cometidos na alimentação. Nutricionistas sabem: não adianta saber! O grande empenho desses profissionais não é em educar, mas em tentar achar estratégias para que o conhecimento possa se transformar em ação (uma alimentação mais compatível com a saúde), tarefa das mais difíceis.
Outro (e agora, suspeito que com grande parcela de culpa da classe médica)? O uso abusivo de medicações. A maioria dos pacientes se inquieta no que diz respeito aos efeitos colaterais e danos no longo prazo com o uso de certos remédios. Mas... não está adiantando saber. Se está recorrendo a eles com frequência assustadora, meio como "não quero nem saber (das consequências)". Desconfio que em parte como substituto para outros "consolos" da vida.

22 de novembro de 2019

Incompleto


Pergunta ao médico pelo Whatsapp:
"20 gols é uma boa média?"
Resposta (não dada):
"Depende:
É começo, meio ou final do campeonato?
É de zagueiro? Ou de atacante?
É de várzea, ou é UEFA Champions?
Foi "na boca do gol"? Ou teve golaço?
Teve outros campeonatos? Ou é o primeiro?
Jogou contra time fraco? 
É de de botão, de salão, ou feminino?
É do time, é de um, ou do ataque como um todo?
É previsão, promessa ou scout final?
É de fim de carreira? Ou sub-17?

Pergunta ao treinador de futebol (também pelo Whatsapp):

"Febre, diarreia e dor nas costas, é o que?"

15 de novembro de 2019

O "Normal" É Pouco


Estudos das últimas décadas têm repetidamente mostrado que o nosso habitual exame de sangue (o chamado "hemograma") pode dizer ainda muito pouco sobre nossos pacientes.
Pegue o caso emblemático do número de linfócitos (parte importante da defesa do organismo, dos chamados "leucócitos", todos com funções de defesa variáveis -  ou mais exatamente complementares):
Linfócitos têm várias subclasses. Vão desde linfócitos killers (isso mesmo, "matadores", responsáveis por "dar um pau" em muitos tipos de germe) até os linfócitos Treg ("T"  reg), "reguladores" que fazem o necessário contrabalanço na ação dos primeiros, dentre outros.
Estão todos eles ("killer", "reg", e os demais) como, simplesmente, linfócitos! Não informa o hemograma "quem é quem". E mais: não nos informa, baseado na sua contagem, se estão cumprindo suas funções de forma adequada. Há exames bem mais complexos para isso, não solicitados de forma costumeira (e, claro, desnecessários mesmo, em muitos casos).
É justamente por isso que exames complementares são... complementares! Importa muito a história do nosso paciente, importa muito valorizar o que realmente interessa nos seus dados de doença (inclusive não supervalorizando certas coisas, ou transportando temores infundados dos pacientes para a atuação médica). 

8 de novembro de 2019

O VAR e O Médico



Não sei se você que me lê tem assistido ao futebol ultimamente.
Virou uma coisa muito chata (pra quem achava que já não era).
Essa nova tecnologia do chamado "VAR" (a conferência por vídeo do lance duvidoso por todos os ângulos, associada a uma "comissão" de experts para julgar se o árbitro principal teve ou não razão na sua decisão - ou mesmo na sua indecisão, ou no seu erro) criou em pouquíssimo tempo uma celeuma muito maior do que se criava apenas com o árbitro e seus "banderinhas".
Mas mais do que isso - e aí é que eu queria fazer um paralelo importante com a Medicina - tem gerado uma nova geração de novos árbitros extremamente inseguros da própria atuação - sem melhorar (ou até piorando) os resultados.
Médicos também têm tido seus vários "VAR" ultimamente. É protocolo enorme de conduta terapêutica, é "medicina baseada em evidência", é uso excessivo de tecnologia laboratorial ou de imagem, é conferência de dados em aplicativos, é até mesmo alguns "VARes" muito parecidos com os "VAR" futebolístico, onde se confere em tempo real, em vídeo direto ou à distância, se não está mostrando alguma incompetência.
O que tem gerado? Médicos absurdamente inseguros, que não confiam no "próprio taco", que não pensam mais por eles mesmos, que não desenvolvem o tão valoroso "feeling" que estão "checando o lance" a cada momento para ver se não estão cometendo erros e, somado a isso, sempre prontos ao surto, ao burnout
Não é nada interessante, nem se você é o médico e nem mesmo se você é o paciente. 
Mas às indústrias interessa médicos frágeis assim. São muito mais facilmente manipuláveis aos seus interesses, vão gerar muito mais lucros.
Não importa que  - como os árbitros atuais - sejam muito mais descartáveis.

1 de novembro de 2019

Leite "CP" ("Cara de Pau)



Mais um sucesso de vendas. E mais um tremendo desserviço para a saúde infantil.
Não é de se estranhar que coisas desse tipo apareçam a toda hora, pois estamos à mercê das indústrias mesmo.
Estou falando hoje do novo "leitinho" Novamil AC (você pode imaginar o meu surto ao ouvir o anúncio do representante laboratorial sobre a "grande novidade"...).
"AC" do que? De "anti-cólicas". Mais presunçoso o tal leitinho não poderia ser: acabar com o tormento do choro, das "espremeções", das noites sem dormir.
Só pra variar, mais uma vez, usando o foco errado (de quase todo mundo o tempo todo) do funcionamento intestinal "problemático".
Peço para os pais pararem um pouco pra pensar: com a avalanche de produtos destinados à solução da "cólica" dos últimos anos, se o "problema" fosse mesmo intestinal, haveria tanta coisa destinada à mesma finalidade, ou haveria uma só?
É remedinho pra dor, é fitoterápico, é modificador de flora (prés e probióticos), é agora leitinho específico, com mais isso e menos aquilo (nem vou me dar ao trabalho de analisar o que esses "issos e aquilos" significam), e... bebês seguem chorando e se espremendo, e fazendo pais perderem preciosas noites de sono até que... amadurecem!
Já falei várias vezes aqui que as "cólicas" têm quase nada (ou muito pouco) de base intestinal (ou digestiva, ou seja lá o que for). Claro que todos sabemos que um intestino "hiperfuncionante" não é a coisa mais interessante do mundo (experimente isso no meio de uma longa viagem, ou durante uma sessão de cinema, por exemplo).
Mas a "cólica" não vai ser "resolvida" definitivamente enquanto médicos e pais (e a própria mídia) não abordarem o aspecto desenvolvimentista do porquê bebês choram (e se espremem, e fazem pais perderem noites preciosas de sono). 

Por que a minha absoluta revolta com esse produto cara de pau? 

Porque milhares e milhares de mamães deixarão de amamentar seus filhos para usar esse "leitinho milagroso"! Ou você acha que eu exagero?


25 de outubro de 2019

Xi! Xi.


Outro problema dos tempos modernos (ah, esses tempos modernos!...): 
Uma criança "X", pequena, tem seus pais chamados na escola (ah, essas escolas!...) porque "está fazendo muito xixi".
O que é "muito"?
É uma frequência grande de pedido pra fazer (não muito volume urinário, portanto, mas nem a escola nem os pais se deram conta dessa importante diferença).
E daí, o que acontece? Transforma-se um fato comum de uma criança pequena (4 - 5 anos) num "problemão"!
Avó: "deve ser infecção urinária!"
A mãe: "deve ser alguma coisa mais séria, li na internet que diabete pode dar isso".
A escola: "acho que deviam consultar um psicólogo!"
A internet: "um exame de medida de capacidade vesical pode ser indicado".
Criança saudável, inteligentíssima, com controle precoce da micção (um fato que ninguém deu muita bola), e que apresentou, tempos atrás, um normal episódio de "escape" (enurese), o que deixou ela, a própria criança, muito incomodada (pois inteligente e precoce, possivelmente por isso tratou esse fato como uma "pequena tragédia"). A partir dali, seu foco na presença de urina na bexiga aumentou muito (ao ponto de pedir pra descer do carro em pequenos trajetos para urinar).

Não é tão difícil perceber que nada de tão sério está acontecendo. Difícil é convencer (pai, mãe, vovó, profi, internet...)!

18 de outubro de 2019

Benjamin Picasso



Não sei você. Mas eu, desde pequeno, enxergava Picasso como um "artista criança", e não conseguia muito compreender onde estava a genialidade de pintar algo que aparentemente a gente, como criança, poderia fazer "meio igual".
Era intencional, pelo que se diz. Que ele considerava todas as crianças como absolutamente criativas. E que, em muitas, essa criatividade se perdia, pela necessidade de se adaptar à vida adulta. 
Talvez por isso, seus auto-retratos (espelhando todas as suas obras) foram se tornando mais "crianças", mais puras, mais criativas, mais originais, com o passar da idade. Algo como o "Benjamin Button" das artes plásticas. 

Para quem, como eu, achava que era "fraco", simplório, "cubista", basta ver, então, o que ele fazia de clássico quando era quase uma criança.

11 de outubro de 2019

Tá Bom


E Deus apareceu e disse:
"Receberás um raio. E esse raio o pegarás em cheio. E será doloroso. Porém, não morrerás! Ficarás deformado, em metade do corpo. E terás que viver mais da metade da sua vida assim: disforme, e com dores".
E ele respondeu:
"Tá bom..."
Deus:
"Como assim, "Tá bom..."?"
Ele:
"Tá bom, ué. É o Senhor quem manda. Não é o Senhor quem manda? Então... tá bom. Fazer o que?"
Deus:
"Fazer o que? O que todos fazem! Espernear. Gritar. Esbravejar..."
Ele:
"Adianta?"
Deus:
"Não, não deve adiantar."
Ele:
"Então..."
Deus:
"Mas você é "apenas" um homem! Deve espernear, gritar, esbravejar!"
Ele:
"É... mas tô com um pouco de preguiça. Já que parece que não vai adiantar."
Deus:
"Mas o que é isso? Um budista, agora?"
Ele:
"Não, nem sei bem o que é ser um budista. Mas se é o jeito do budista, e o Senhor quiser chamar assim, vá lá. Sou budista. Mas sem deixar de acreditar nos desígnios do Senhor!"
Deus:
"Essa é muito boa. Um cristão budista! Tá difícil entender essa gente de hoje! Noutro dia vi um dos meus construir a casa virada pra Meca... Va bene!"
Ele:
"E quando vai ser, senhor?"
Deus:
"O que?"
Ele:
"Essa história do raio"
Deus:
"Que his...? Ah, sim, do raio! Ah, deixais pra lá!"
Ele:
"Não haverá mais raio?"
Deus:
"Nããã, que eu também não vou ficar fazendo raio pra gente que não dá valor! Sabe a quantas anda a conta da luz?"
Ele:
"Tá bom!"
Deus:
"Tá bom? Tá bom? Arrrr! Thor, venha cá meu filho! Tá quanto a bandeirada vermelha esse mês?"

Moral da história: 

Aceite as coisas como elas vêm. Mas também não abuse!...
(isso é uma postagem com cara de férias do autor...)

4 de outubro de 2019

Focados


O tempo passa, e tenho pensado sobre se tem existido alguma coisa mais ridícula do que nossas tentativas de "políticas de contenção" do uso do smartphone (antes eram "telas" de uma maneira mais ampla, até isso já mudou definitivamente) por parte de crianças e jovens.
Basta você ler alguma coisa de uns "enormes" dois anos atrás: afrouxamos! E afrouxamos muito mais na comparação com quase meia década (pra quem não gosta de conta é "cinco anos")! De uma década inteira então, nem há alguma margem pra comparação: somos outros (menos?) seres humanos! 
Lembro da minha pobre mãezinha (dolorosamente) falecida há cerca de 10 anos, que desapareceu (imagine!) sem ter noção do que era um aplicativo
Lembro também (aí dando risada) da compra do meu primeiro Ipad numa loja nos Estados Unidos. O vendedor ficou dez minutos me falando de "éps", e eu ali, com cara de "Não me diga!", sem saber do que estava falando.
Mas voltando à nossa preocupação (como pediatras, professores, pais, e tudo o mais que tenha a letra "p" no início - exceção aos prefeitos, que querem que a gente se exploda!):
Adianta? Você, como adulto responsável, equilibrado, arguto, analítico, filosofado, tentar criar alguma regra para evitar o abuso do "celular"? Faz ainda algum sentido? Consegue você mostrar alguma independência dessa máquina "diabólica"?
Ou mesmo: você ainda tem se dado ao trabalho de pensar como a "nova geração" vai raciocinar, memorizar, dormir, se exercitar, viajar e, por que não, transar, daqui pra frente?

Ei, larga isso, tô falando com você (emoji irritado)!!

27 de setembro de 2019

Grupo Escolar



Imagino que algum "brilhante" burocrata da secretaria de educação do governo catarinense (não somente catarinense, tenho visto em outros estados o mesmo brilhantismo) teve a brilhante ideia de fazer pré-escolares e escolares passarem por mais um afiado tormento: comprovar seus grupos sanguíneos "para o caso de".
Para o caso de que? 
Qual o motivo de as escolas portarem dados de tipo sanguíneo de seus alunos?
Imagino que a resposta "óbvia" seja a trágica suposição de algum acidente com o transporte escolar, ou mesmo a necessidade de transfusão de sangue urgente em alguns alunos atingidos por um atirador maluco.
Ja disse aqui antes: a não ser em raríssimas exceções (corredores de fórmula 1 é uma delas) não se confia em dados burocráticos achados em algum computador para se transfundir alguém que em situações normais (não sendo piloto de fórmula 1, por exemplo) teria poucas chances de precisar uma transfusão de sangue.

É muito (muito!) mais racional tipar no momento em que a necessidade aparece, até porque laboratórios de emergências têm essa missão com alguma frequência e, além disso, não se transfunde alguém sem a chamada "prova cruzada" (doador vs. receptor). E é bom não dar ideia, pois algum outro burocrata pode querer deixar banco de doadores para cada receptor pronto nas escolas!

20 de setembro de 2019

Intricado, Inteligente



Saiu há poucos dias mais uma revisão da complicada genética dos indivíduos com autismo, essa na famosa revista científica Cell ("Getting to the Core of Autism", "Chegando ao Âmago do Autismo").
Algumas coisas chamam a atenção (a mim, ao menos):
Uma delas é que (quase que) "todo mundo é autista", o que de certa forma é tranquilizador, pelo menos naqueles situados nos extremos mais brandos do chamado "espectro", termo utilizado para se dar uma ideia da grande abrangência dos sinais. É espectro mesmo, e é muito abrangente.
E aí a outra questão importante: se "quase todo mundo é autista", não precisamos nos descabelar ao percebermos sinais (leves, ao menos).
O outro fato (re)citado é sobre o grande parentesco genético da inteligência superior com o autismo, que é o que se vê de forma extrema em muitos superdotados. Isso nas formas mais habituais, chamadas poligênicas (dependentes de vários genes, separadamente ou associados - curiosamente bem menos sérias do que nas formas afetadas por um só gene, chamadas monogênicas, justamente porque nas monogênicas o "defeito" reside em genes mais definidores das funções intelectuais mais básicas).

Cura? Tratamento genético? É justamente essa complexidade relatada nas interações dos vários genes com as proteínas envolvidas no desenvolvimento e funcionamento cerebral o que faz parecer que por muito tempo isso será uma mera utopia.

13 de setembro de 2019

Alergia, Alegria


A indústria farmacêutica vive feliz (ou, por assim dizer, "allegrica") com a eterna barafunda informativa.
Uma das grandes - e lucrativas - confusões é o rótulo de "alergia" para quase tudo, e o consequente uso de "antialérgicos" (que nem isso na verdade são, "antialérgicos" são, na verdade, apenas anti-histamínicos, algo muito restrito farmacologicamente falando) para quase tudo.
"Irritação na garganta"? Alergia!
Tosse? Antialérgico!
"Nariz escorrendo"? Alergia!
"Coceira"? Antialérgico!
E por aí segue...
E os efeitos? Aparentemente "ajudam" na maioria dos casos, principalmente porque muito dos supracitados efeitos melhoram espontaneamente, raramente necessitando de muito tempo para isso.
Com raros efeitos colaterais graves, é tudo o que colabora para fazer felizes pacientes, farmácias e mesmo médicos (mas, de novo, antes de tudo as indústrias), gerando aquela agradável sensação de se estar fazendo "alguma coisa".

Atchim!!... Antialérgico, meu filho!

6 de setembro de 2019

Goiabinha



Um estudo chegado agora na prestigiosa revista Science já chega com cara de anacrônico.
Pesquisadores "aproveitaram" os enormes bancos de dados genéticos atuais para responder a uma pergunta que pouca gente hoje se faz:
O comportamento homossexual tem base genética?
Pouca gente, mesmo iletrada, ainda imagina que tenha.
E foi o que a enorme pesquisa - com meio milhão de pessoas, o provável único trunfo da pesquisa, mas que pode também ser seu ponto fraco - confirmou.
Ainda precisa? Joga alguma luz no comportamento sexual das pessoas? E mais: ainda é necessária, atual, correta, a distinção de certos comportamentos, incluídos os sexuais? Não é mais ou menos como buscar uma identificação genética para pessoas que comem "goiabinha" (o biscoito, nenhum merchandising intencional), porque quem a come pode ter goiabinha disponível na vendinha próxima de casa, pode gostar da cor do pacote, pode gostar do cheiro do biscoito, pode não ter nada melhor pra fazer do que comer goiabinha, pode ter sido influenciado pelos familiares, pode seguir uma tradição local, pode estar enjoado de Maizena, pode ter sido obrigado a comer goiabinha, pode ter tido algum trauma em relação a outros biscoitos, pode ter se empanturrado de goiabinha pela desilusão com o suspiro, pode ter comido goiabinha porque estava bêbado... E pode estar comendo goiabinha sem que ninguém saiba do fato (estaria então ocultando, ou mentindo). Nada disso tem a ver com a genética. Nada disso pede a realização de uma análise de banco de dados genéticos. 

Próximo assunto.

30 de agosto de 2019

Nem Toda Bolinha É Sarampo (II)



Sarampo. Agora há.
Mas há pouco. Ainda. E acho que vai continuar assim. Até porque - por mal que se fale - órgãos governamentais de saúde não estão e não estarão de braços cruzados.
Nesses últimos trinta anos estivemos dizendo para os pais (que ainda não sabiam) que sarampo era como Papai Noel e coelhinho da Páscoa: de fato não mais existia. Todas as bolinhas de corpo todo deveriam ter outra causa que não o sarampo. 
Ainda é doença que gera manchete. Deverá ser somente mais uma nessa modalidade, menos popular que a febre amarela em boa parte do país, que a meningite bacteriana (agora se tornando, felizmente, meio rara), que a própria zika que tanto nos alarmou há alguns anos, que (agora) a varicela, e por aí vai.

Não é à toa. É com trabalho, informação, reconhecimento do problema. Sem exageros. 

23 de agosto de 2019

Nem Toda Bolinha É Sarampo (I)


Claro que esse blog é "somente" opinativo, é bom lembrar, e não uma "posição oficial", coisa que se deve buscar nos sites de órgãos apropriados.
Vou dar uma "pitacada" na questão do sarampo:
Sarampo é muito ruim, não há como se negar. Dentre outras coisas, o que o sarampo faz de muito ruim é "anergizar", um verbo tão pouco usado que, quando você procurar no Google deve achar... justamente o sarampo como exemplo. Anergizar é dar uma derrubada nas defesas contra outras infecções. É transitório no caso do sarampo, mas preocupa. E dependendo do paciente afetado, pode se somar às suas outras vulnerabilidades já existentes (como é o caso da imunidade incipiente das crianças muito pequenas, ou da menor imunidade dos desnutridos, motivo pelo qual o sarampo foi tão grande flagelo no passado).
Certo. Falamos que é ruim. Mas também - de novo! - devemos manter a postura equilibrada entre o estado de alerta (e a ação) e a tranquilidade, a cabeça no lugar. Nada (de novo!) de ceder ao possível pânico das redes (sociais e/ou televisivas).
Os casos são poucos (tomado o Brasil como um todo), e deverá ir parando logo por aí (até porque também anda ao sabor dos ventos do inverno, quando o contágio é mais fácil - e o sarampo é bastante contagioso!).
Estamos pagando um preço um pouco alto do nosso acolhimento humanitário do povo venezuelano nesse momento (minha vontade particular é que se levasse uns casos para dormir na cama onde dorme o seu bigodudo presidente, mas vaso ruim é difícil de quebrar, já deve ter tido sarampo na infância, o safado). Quanto ao povo, fazer o que? São hermanos...


(falarei um pouco mais na próxima postagem)

16 de agosto de 2019

Figurinha



Não sou psicólogo, longe disso. Mas como pediatra tenho que tentar quebrar uns galhos como.
Uma das coisas que cresci ouvindo foi a história (história, será?) da "importância da figura paterna".
Acreditei nisso. Acreditei, e repassei de que isso era importante: da figura de um homem presente no lar, como alguém que a criança possa ter como contraponto à figura mais óbvia, inata, de toda hora, da mãe.
Parece meio óbvio, senão do ponto de vista psicológico (que, de novo, não é a minha praia), pelo menos do ponto de vista de equilíbrio de gênero, mesmo: um homem (meio assim, assim e assim) e uma mulher (desse outro jeito, desse outro jeito e desse outro jeito, mas muitas vezes tudo meio parecido, para a criança). 
Com o decorrer das últimas décadas, tudo isso tem sido muito questionado: importante exatamente pra quê, ô mané? 
Então. Exatamente pra quê? Sem querer abusar da desculpa (aquela, a de não ser meu quinhão), tenho realmente me questionado. Vamos ficar procurando esse pai, muitas vezes perdido (seja porque foi comprar cigarro e nunca mais voltou, seja porque fugiu já de cara das responsabilidades), muitas vezes tão mal acomodado na idealizada figura paterna que talvez fosse melhor que nem mesmo existisse, outras tantas vezes porque se preferiu que fosse incógnito, mesmo.
Quem não a tem (a figura) não cresce direito, não desenvolve, é problemático? Bom, não neguemos que pode ser um fator pra tudo isso, sim, mas não dependerá "só" disso. 

Como sempre foi. Só que agora de forma mais aguda, mais às claras, mais assumida.

9 de agosto de 2019

Feche Os Olhos?


Quanto você imagina que seja o "normal" de frequência de uso de antibióticos na criança?
Com a ressalva de que há diferenças genéticas, ambientais, sazonais, etc, podemos grosso modo dizer que em torno de... três vezes. Na infância inteira!
Se o seu filho tem usado muito mais antibiótico do que isso, ele provavelmente sofre de um dos "males do século": o abuso de antibióticos!
Crianças saudáveis (crianças saudáveis pressupõem ambiente familiar saudável, inclusive no aspecto psicológico parental) se manterão saudáveis com chances muito maiores se (na medida do possível) usarem quase nada de antibióticos. 
Mas - diria quase tragicamente - não é o que se vê nos atendimentos pediátricos rotineiros. Recorre-se a eles por quase todos os motivos imagináveis. Do catarro à febre inicial mais elevada, das dores no ouvido ou na garganta às tosses intensas. E vejo estupefato a ausência do questionamento a respeito, seja de pacientes, seja dos órgãos governamentais, seja da mídia (leiga, principalmente).
Sabemos onde isso vem dando. E alertamos. E esbravejamos. E argumentamos. 

Mas os resultados têm sido muito semelhantes aos desastres ambientais. Fechamos os olhos bem fechados. E abrimos a boca para a próxima dose.

2 de agosto de 2019

Dureza II


Na postagem anterior comentamos sobre a menor preocupação atual com a questão das necessidades diárias de cálcio.
Pra começar, quero dizer que nem o excesso de preocupação do passado precisava ser tanto, como essa despreocupação atual me parece um pouquinho excessiva.
De curto prazo nada vai nos acontecer se negligenciarmos um pouco o cálcio.
No longo prazo, no entanto, pode faltar perigosamente no que se costuma chamar (muito apropriadamente) de "poupança óssea".
Os ossos, além da natural necessidade da consistência dura, (quase) inquebrantável, são a absoluta reserva desse mineral, que na forma iônica (desmineralizada) serve à vários e importantíssimos propósitos orgânicos, da manutenção da musculatura às funções das células nervosas. E quando para essas coisas falta, "rouba-se na maior" do osso, que passa a ficar mais "pobre", fraco, "quebrantável", principalmente se essas situações de desequilíbrio se mantêm.
O fósforo é também importante, por se combinar com o cálcio na mineralização do osso, mas esse costuma sobrar na dieta, cuide-se dela ou não (a não ser nas pessoas com dieta muito restritiva, como no caso de anoréticos).
Um outro conhecimento é o de que níveis dietéticos de cálcio estão associados à menor incidência da obesidade (ainda que as explicações para isso sejam bem complexas).
Ah, então beleza, quanto mais, melhor, vou me "entupir" de cálcio!
Calma lá!
Um excesso orgânico de cálcio pode apresentar vários problemas, mas em alguns dos grandes perigos ainda reina a controvérsia.
Os rins, por exemplo, têm que fazer seu papel na eliminação dos excessos, e a formação de cálculos pode ser um desses riscos.
Há grande preocupação atualmente com a questão da associação da calcificação vascular com os riscos maiores (ou mesmo muito maiores!) das doenças do coração, ou mesmo dos derrames e tromboembolismos.

Em resumo: cuide. Controle um pouco. Confira sua dieta. Mas vá devagar.

26 de julho de 2019

Dureza


Quando era criança, costumava ouvir falar muito do cálcio, e muito pelo medo desmotivado (em relação ao cálcio) do raquitismo.
Ao iniciar como pediatra, ainda ouvia muita pergunta dos pais, apreensivos em relação aos níveis de cálcio, e com a possibilidade de faltar cálcio aos ossos dos seus filhos, e vi também muito colega suplementar cálcio, na forma medicamentosa.
Hoje essa "cálcio-mania" passou. Por vários motivos, acho. Dentre eles, o melhor conhecimento da relação com a vitamina D, com a matriz proteica óssea (sem proteína adequada não pode haver osso saudável, e era isso o que costumava faltar em muitas crianças do passado), mas principalmente porque outras "manias" ou "modas" vieram (alguém aí falou em lactose?), e pais pararam de ver "crianças raquíticas" (muitas delas apenas magras) pelas ruas.
Mas... quanto de cálcio é necessário para um organismo (ou mais especificamente um esqueleto) saudável, mesmo?
A verdade é que até hoje ninguém sabe ao certo.
Há recomendações nutricionais, e se você quer guardar um número de referência de cabeça, lembra do número 1000. Mil miligramas, como média diária de ingestão de cálcio. Claro que vários fatores vão influenciar, como idade, atividade, massa corpórea, função renal, e etc.
Mas para a maioria das pessoas, nem muito mais, nem muito menos.
Há riscos de se abusar do cálcio (dietético ou suplementar)?

Falaremos disso na próxima postagem...

19 de julho de 2019

E Pra Garganta, Nada?


Nunca vi pesquisa a respeito, mas aposto que se se perguntar para os habituais consumidores das famosas "pastilhinhas pra garganta", a grande maioria ignora do que são feitas.
Não são todas iguais. E a grande maioria serve para nada.
Veja a composição das pastilhas Vicky, por exemplo. Uma mistura de açúcar com baboseiras, que deixa um "agradável frescor" na garganta! Nada de medicamento, como tudo o que o laboratório Vicky fabrica (a Vicky é a marca campeã mundial da enganação de trouxa, biliardária e totalmente inútil, um verdadeiro milagre de marketing).
Benalet. Aí já é remédio. Horroroso, porque "anti-alérgico para chupar". Pra que? Qual o sentido de se ficar rolando um medicamento anti-alérgico pela garganta sem que se exatamente engula? Qual a base de se usar anti-alérgico para as comuníssimas dores de garganta, seja de que etiologia for?
E a minha mais odiada: Strepfen. Estou cansado de falar mal do ibuprofeno aqui. Mas é que ele merece (ainda que nem sempre o ibuprofeno seja ruim, o enorme problema é do mau uso - e do abuso - que se faz dele). 

Além de você ficar chupando uma "balinha anti-inflamatória" (aí, balinha por balinha prefira a da Vicky, mas preferencialmente esqueça as balinhas, você não é mais nenhuma criança!), esse nome capcioso (Strepfen), que induz você a pensar no "strep"tococo, o grande germe (bactéria) causador das (reais!) infecções de garganta - bem mais raras do que as inflamações de causa viral ou ambiental. Não é antibiótico (seria absurdo se fosse, na forma de pastilha), não é uma "simples balinha", é um remédio, sim, com propriedades anti-inflamatórias, que com essa aparência benigna estimula os consumidores a se entupir de uma medicação com possibilidade de reações adversas às vezes graves.

12 de julho de 2019

TIF (O "Drama do Feijão")


"Doutor, eu queria fazer um exame pra saber se eu tenho intolerância ao feijão?"
"Ao feijão? Não é à lactose, ao glúten, ao..."
"Não. É ao feijão, mesmo"
"Por que?"
"Porque eu passo muito mal quando como feijão. Tenho muitos, muitos gases, dor na barriga, passo o dia inteiro querendo ir no banheiro."
"Entendo. E tem algum outro alimento que faça você se sentir mal?"
"Até tem. Às vezes uma cebolinha, ou quando como muita azeitona, ou mesmo o abacaxi, quando tá muito ácido. Mas nada que se compare ao feijão. Esse é brabo!"
"Sei. E você come feijão muitas vezes?"
"Não tanto quanto eu gostaria, doutor. Aí é que tá! Gostaria de comer muito mais! Por isso preciso saber: tem algum exame pra eu saber se eu tenho essa intolerância?"
"Tem. Está aqui, ó: vou pedir um TIF pra você..."
"TIF?"
"É, TIF: teste de intolerância ao feijão..."
"Poxa, que bom, doutor! TIF!..."
"Nããão!... Brincadeira! Tem isso não! Não tem "teste de intolerância ao feijão". Não que eu saiba. Mas me diz uma coisa: você já não sabe que basta comer o feijão? Não sabe que é ele o culpado dos teus sintomas? Pra que o exame?"
"Pra ter certeza, doutor!"

(Essa história não tem nenhuma graça. Não é uma piada. É um drama social. O "drama do feijão", se assim quiser chamá-lo. Mas é uma realidade no dia a dia dos consultórios. O "sujeito" sabe que é intolerante. Intolerância significa essencialmente "passar mal quando come alguma coisa", do feijão à cebolinha. Mas com todo o dia passado no vaso, não se convence! Quer exame! E se o exame disser que é intolerante, é intolerante! Se disser que não... Opa! Deve ter algum outro motivo, esse feijão deve ser só coincidência...)

5 de julho de 2019

Com H


A turma do humorístico Porta dos Fundos faz rir porque exagera a realidade (como quase todo mundo que tem como profissão fazer rir).
E nesse quadro acertaram em cheio:


O homem costuma ter mesmo essa "cabeça masculina" que, mesmo "disfarçada", é mais objetiva. É cuidador mais por sentido de obrigação do que por instinto, e sofre muito mais do que a mulher com os deveres para com a prole.
Biologia? Criação? A discussão é interminável, e provavelmente a somatória de ambos. 

Mas não há como negar como chega a ser engraçada a cilada biológica armada para o homem, "seduzido" para a procriação, "abandonado" imediatamente após (o inverso do que ocorre durante o ato sexual).

28 de junho de 2019

Iceberg


Tem crescido a noção de que exames de sangue mostram pouco.
Lembro de quando era pequeno (porque filho de médico) ter seringas com agulhas para brincar. E algumas fezes puncionava um ou outro inseto para "investigar o que tinham dentro". Seria seu "sangue"? Ou algum substituto, com funções parecidas? De qualquer forma, o que extraía era líquido, o que já era uma informação "importante", mas... de cor amarela? (!)
Exames laboratoriais realizados a partir do sangue são um fácil substituto de dosagens mais complicadas. Pensa na clássica glicose, por exemplo: o que se dosa é a glicose que está indo "de algum lugar para outro lugar", e se dosa. Mas... como está a glicose em cada compartimento? Ou como está a glicose nas células do fígado, onde ela está sendo intensamente metabolizada (e compartimentalizada, e distribuída)? Ainda se tem muitas dúvidas a respeito dessa relação glicose sanguínea/glicose de outros compartimentos (como o próprio fígado, os rins, os músculos, e até mesmo o cérebro) e a relação com as repercussões clínicas na diabete, com os tratamentos, com a necessidade ou não da insulina, etc. 
A mesma coisa vale para a dosagem, por exemplo, dos triglicerídeos. Que triglicerídeo é esse que se dosa, visto que a grande maioria do triglicerídeo ou está no tecido adiposo ("pneuzinhos"), ou está nas lipoproteínas circulantes (glóbulos de gordura "fechados" por uma capa de proteína, como o LDL, o HDL, etc.). Respondendo brevemente, é apenas uma micro-amostra do total, em travessia de algumas lipoproteínas para dentro dos órgãos.
E assim é com a dosagem do colesterol, do sôdio, de muitos dos hormônios, etc.

A nossa correlação "inocente" de "é tanto, deveria ser tanto" hoje parece muito, mas muito mais complicada do que só isso. É o que os pequenos benefícios terapêuticos dão como testemunha.

21 de junho de 2019

Dez Contos



Lugares ou situações onde não fica bem, não se deve ou é errado pedir desconto: 

1 ) Posto de gasolina
2 ) Cinema
3 ) Restaurante
4 ) Cabelereiro (a)
5 ) Estádio de futebol
6 ) Teatro
7 ) Pensão alimentícia
8 ) Casa da Mãe Joana
9 ) Loja de iPhone

10 ) Consultório médico