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24 de maio de 2020

Coroinha?


O tal vírus está começando a descer a serra.
E rápido.
Muito parecido com como veio.
E, aparentemente, vai nos confirmar o quanto andamos (aquelas pessoas que possuem o intestino solto).
E mesmo assim, imagino que não aprenderemos.
Estamos todos nós "junkies" por notícias. De preferência as trágicas. Alguém já falou (Sartre?) que por estarmos vivendo muito bem, clamamos por um pouco de tragédia. E a mídia nos dá, feliz da vida, para que fiquemos devidamente tristes.
Aqui no meu estado (fronteiriço, na verdade) de Santa Catarina, o avião que levava o triste time da Chapecoense ceifou quase tanta vida em um segundo quanto o vírus que não sai da mídia em cerca de três meses. 
É fácil ir ficando corajoso quando o inimigo começa a bater em retirada, é óbvio. É a hora em que o covarde faz pose, segura a bandeira e tira foto.
Está chegando a hora. Podem procurar a bandeira. Ou então, usem os panos das máscaras.

Xis!

15 de maio de 2020

Subiram as Máscaras!


Máscaras (parte das E.P.I., escondimento de personalidades introvertidas) foram tornando-se, nessa epidemia:
De uma esquisitice japonesa e chinesa numa esquisitice de alguns poucos brasileiros.
Depois, de uma esquisitice de poucos, num fetiche de muitos (que nunca mais tinham brincado de médico, desde a infância - alguns com o requinte das luvas cirúrgicas - vi até de cor!).
Depois mais, de um fetiche de muitos em uma percepção mais séria de quase todos.
E depois ainda, de uma percepção de seriedade a uma obrigatoriedade oficial.
E no futuro, talvez, de uma obrigatoriedade oficial a um motivo para lembrarmos de uma época marcante de nossas vidas.
 E dizer que tirávamos sarro dos japoneses bizarros, todos com aquelas máscaras esquistas nas ruas.
"Hi, Hi", "Quem li polútimo, li melói!", devem estar dizendo agora.

(pra mim, que sou um "fisionomista cego", quando agora me dão "Bom dia, Dr. Oscar!", ferrou de vez, sem boca nem nariz pra identificar; a única vantagem é que a desculpa aumenta: "culpa da máscara"!) 

8 de maio de 2020

Nenhum Assunto


Nenhum assunto médico mexeu tanto com a cabeça dos não-médicos quanto esse coronavírus.
Nenhum assunto médico mexeu tanto com a cabeça dos médicos quanto esse coronavírus.
Nenhum assunto mexeu tanto com governantes.
Nenhum assunto mexeu tanto com a mídia.
Nenhum assunto mexeu tanto com como se leva(va) a vida no planeta.
E, também, nunca se teve tanta incerteza, tanta mudança de opinião, tanta discórdia entre médicos, não-médicos, mídia e governantes.
É por isso que ando mais calado. Não só pela "máscara" (que agora a Organização Mundial da Saúde "mandou" chamar não mais de máscara, mas de "proteção facial" - era o que estava faltando para resolvermos a pandemia!...). Mas também pela percepção de que quase não há mais o que falar. Quase não há mais o que ouvir. 
Tudo de errado já foi dito.
Tudo de certo, também. O problema aqui é semelhante à questão do vírus: onde está? Onde esteve? A verdade passou - ou tem passado - pelas nossas mãos, pelas nossas ideias, ou passa longe? Estamos cegados por ele a ponto de não mais enxergarmos obviedades médicas, científicas, políticas, econômicas, humanas?
Quem vai sair como "o que estava certo" no final de tudo isso? Não é uma ironia global, no momento em que estamos mais engajados, conectados, informados, informatizados, é justamente o momento no qual estamos nos sentindo mais perdidos?
Sairemos mais fortes? Não apenas na imunidade, mas na humanidade? Veio para o "bem"? Ou veio apenas para nos abrir os olhos - de novo - para nossa insignificância? 

E se veio para isso, não veio, justamente, para "o bem"?