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31 de agosto de 2018

Intolerante a Tudo


Imagino que com o povão a intolerância à lactose nunca gozou de tanta popularidade.
É até compreensível. Muita "informação". Mas principalmente muito leite!
Independente do fato de se fazer uma confusão danada dos sintomas, da causa, da idade em que costuma aparecer, etc.
Talvez já seja hora da intolerância à lactose mudar de nome. A minha modesta proposta é: "intolerância à esse monte de lactose que você quer pôr pra dentro".
Certas mamães têm dificuldade de compreender que não se trata da capacidade de digerir o açúcar presente no leite e derivados, a lactose (capacidade com frequência diminuída em boa parte de nós, pela pequena quantidade proporcional de lactase - a enzima que digere a lactose - sem que isso seja um grande problema!). Trata-se do volumão de leite e derivados que seus filhos consomem vida afora! 
Pequenas crianças de pouco mais de um ano tomando um litro e meio de leite por dia pede lactase de um bezerro de seis meses! Apenas que o bezerro não faz supermercado, não come carne, não olha para uma banana ou um pedaço de manga e fica fascinado. 
O funcionamento da enzima (sinônimo de capacidade digestiva) depende muito da quantidade de substrato a ela dado. Somos quase todos "intolerantes" a quase tudo que consumimos em exagero (não costuma ser assim com a diabete, uma "intolerância à glicose", açúcar primo da lactose?).

Como diria o filósofo: "Mostre-me algo que alguém come ou bebe muito, que eu lhe mostrarei uma intolerância!".

28 de agosto de 2018

O Que O Papa Fala...


O papa falou que homossexualidade não é doença, mas...
O papa falou que talvez fosse interessante que pais levassem seus filhos ao psiquiatra, caso eles estejam mostrando forte interesse em pessoas do mesmo sexo.
O papa falou para retirar essa última parte das coisas que ele falou.
O papa falou que há coisas muito mais importantes para nos preocuparmos do que a sexualidade dos seus fiéis. Não, na verdade isso o papa não falou, mas certamente deve pensar.
O papa fala muito, é latino, e é próprio de latinos falarem tudo o que pensam, e algumas vezes se arrependem, e até mesmo tentam voltar atrás. 
É humano. E há gente que quase chega a acreditar que (ele, o papa) não seja.
Há uma coisa que faz o gato comer a lingua do papa. E também diz respeito a sexo. Inclusive com pessoas do mesmo sexo, só que pequenininhas. 

Dura essa vida de papa. Ter que falar o tempo todo...

24 de agosto de 2018

Alfabetismo Preguiçoso


Do analfabetismo funcional você provavelmente já ouviu falar. Quase todo brasileiro é analfabeto funcional. Mas é um problema do mundo, atualmente.
Outro problema mais recente - e rapidamente tornando-se mais grave - é o "alfabetismo preguiçoso".
O que é o "alfabetismo preguiçoso"?
É essa coisa que você lê o tempo todo nas mídias sociais: a "comilança" da letra "r" do final dos verbos, a supressão do acento (tônico, agudo), a escolha da consoante mais fácil que vem à mente, a troca de uma palavra por uma letra, etc.
Não deveria ser nada muito grave. E, para variar, estamos copiando isso muito do povo americano, notadamente da linguagem sectária (por exemplo, das "gangsta"). Confesso a ignorância do fenômeno em outros países mais desenvolvidos, mas certamente existe.
O que incomoda como fenômeno é a normatização do erro, num país já tão carente de correção. E se você, como eu, é um chato correto que liga para as normas (porque elas existem em certa medida para não recairmos na linguagem das cavernas, mas principalmente porque riqueza de linguagem é riqueza de raciocínio, algo que vai rareando na mente dos jovens, com propósitos muito bem definidos), vai dando o tempo todo atestado de "chato e correto" para a grande maioria, sem qualquer resultado prático disso.
Chatos, corretos, alfabetizados desse país: resistam! Lutem!

(Esse texto para eles começa mais ou menos assim:

 Do anaufabetismo funcionau, voce ja ouviu fala... Entende-se. Mas somos nós que temos que fazer o "esfosso pra traduzi"!)

21 de agosto de 2018

Votos Para um País... Pior!


Seja qual for o resultado das eleições neste ano (em todos os níveis e para todos os cargos), de uma coisa podemos estar certos: não teremos nada para comemorar.
A enorme divisão entre uma "esquerda" que tomou o país pra ela e o espoliou como uma sanguessuga impaciente que esperou sua vez na fila pelas varicosas veias nas duas últimas décadas e uma "direita" de olhar sarcástico, com sede de vingança, esconde uma batalha mais rasa, a disputa de sempre, que nunca tem nada a ver com interesses dos eleitores, nem propriamemte com a política: é pelo dinheiro, somente pelo dinheiro.
Pobres e desassistidos, remediados, e classe média em processo de extinção têm percebido que estarão eternamente fora do jogo, o que tem provocado essa aparente alienação deprimida, esse "tanto faz", essa raiva cega contra qualquer nome, qualquer sigla que se encontre pela frente.
Os poucos, muito poucos, que ainda têm algo a perder ou a ganhar são os que bradam nomes de candidatos, de partidos inexistentes, de (imagina!) programas de governo ou projetos para a nação.
O Brasil é um doente grave, e doentes graves ou desistem da luta ou brigam muito, mesmo sabendo que o fim deve ser o mesmo dos que desistiram.

Será realmente deprimente sermos obrigados de novo a ouvir aquele barulinho das urnas, a confirmar não nossos votos, mas nossa perene incapacidade de transformações.

(relembrando: esse não é um blog político, mas às vezes não resisto a uma "desafogada"!...)

17 de agosto de 2018

Prazeres à Mesa


Acho que ninguém aqui nesse recinto virtual vai negar que um dos maiores prazeres da vida é comer (e, claro, mais do que prazer, uma necessidade que, dependendo das circunstâncias, vira emergência)!
A grande, a mega dificuldade que se tem no controlar o avanço da obesidade na faixa etária infantil não tem a ver com o desconhecimento de que "bobagens fazem mal" (alguém, de novo, aqui nesse recinto, acha que "bobagem faz bem"?).
Mesmo pais mais simplórios sabem disso. Muitas vezes tentam negar, mas sabem!
Voltando à questão do prazer: se é disso que na maioria das vezes se trata, de um enorme prazer (ou do "afogo" dos desprazeres!), então nós - e bebês, e pequenas crianças, e adolescentes, e todo mundo - comemos (e comemos demais) basicamente por isso: porque gordurinhas são as pegadas do nosso prazer passado!
E de que maneira se poderia combater esse "fenômeno prazeroso"? (veja que falo "poderia" pela dificuldade de se pôr em prática)
Com outros prazeres (óbvios ou menos óbvios), é uma das respostas. Do óbvio todos sabem: trocar um momento de comer (sem tanta fome, claro!) por brincar no parque dá certo pra quase todo mundo (mas cadê parque para crianças carentes? cadê parque para pais super-atarefados?...). E o menos óbvio? Por exemplo, conseguir realizar uma "façanha" - ter feito um belo desenho que agradou a todos, ter vencido uma corrida com amigos, etc. São os prazeres da auto-realização, também negados à muita pequena gente obesa.

Uma segunda maneira de se vencer esse "impulso prazeiroso" é de mais longo prazo (e de mais difícil construção). A autoestima, o se sentir amado, o ser valorizado pelo que se é. E etc. De novo, tudo muito carente no pessoal carente de tudo. Daí a enorme dificuldade de que falava acima. Um pacote de "Chips" afoga momentaneamente essas necessidades. No curto espaço de tempo. Até o próximo pacote.

14 de agosto de 2018

Cutucando Com Vara Longa



Você conhece alguma utilidade mais "útil" para o cotonete do que limpar orelhas?
Com poucas exceções, imagino que como eu, não!
E você conhece algum médico que oriente a alguém: "pode usar esse cotonete, vai fundo!".
Também imagino que não.
Quase que a gente se pergunta: "mas peraí! de que vive essa indústria então, se é proibido usar cotonete e - supostamente - ninguém usa?".
A resposta deve ser uma só:
Quase ninguém respeita a "proibição"!
Alguns podem argumentar que limpa-se orelhas, o pavilhão auricular, não o que anteriormente era conhecido por ouvido externo (por que se muda toda hora essas definições?) ou o conduto auditivo (o "buraco do ouvido", vai!).
Acho muita inocência acreditar nisso. São poucos os zens e obedientes que ficam ali, na "saída da caverna" pacientemente aguardando a boa vontade da cerinha para sair da sua moradia (mas eles existem!). A grande maioria cavoca, cutuca, espreme até.
Dá problema? Certamente! E só depois de alguns traumas (dores de ouvido, perda de audição, perfuração de membrana timpânica, etc.) é que a maioria vai parar.
É a vida. Somos assim, imperfeitos. E quem nunca sentiu um certo prazerzinho nessa cutucada?

10 de agosto de 2018

Fatos Interessantes Sobre a Fome do Bebê (Parte 4006)


Você que acabou de receber a visita da cegonha em casa (ou que recebeu algumas vezes no passado) talvez já tenha reparado um outro dos fenômenos interessantes da alimentação do bebê (não procure os anteriores 4005 do título, era um pouco de exagero!):
Muitas variáveis regulam a fome do bebê (e mesmo dos "não tão bebês assim"). Só para citarmos algumas: temperatura externa, herança para peso maior ou menor, nível glicêmico da gestante, "ansiedade" (mesmo materna), nível de atividade, padrão hormonal, sexo, idade gestacional ao nascimento...
Nesse último aspecto - que era o que eu queria comentar - bebês que estavam "esquecendo de nascer", ou seja, nascidos com idade gestacional mais avançada, costumam apresentar um padrão alimentar muito mais esfomeado que bebês mais "do tempo certo", próximo às quarenta semanas de gestação.
O motivo disso: a partir de um certo momento, a qualidade do suprimento alimentar fornecido pela mãe via sanguínea (cordão umbilical) começa um pouco a faltar em relação às necessidades crescentes do organismo em evolução. Ou nasce ou desnutre, mais ou menos assim. E mesmo nos que não exatamente desnutrem, mudam seu padrão alimentar de "fome tranquila" (não existe exatamente uma "fome tranquila" no recém-nato) para "fome desesperada" ou "fome a toda hora".

E quando as mães não sabem disso, podem interpretar essa "fome louca" como "algo está errado!".

7 de agosto de 2018

Hugo!


Vômitos em criança são quase sempre situações angustiantes, principalmente quando há uma causa nova, aguda.
Boa parte das causas são de curta duração. E boa parte dessas, nem de medicação precisa.
À respeito de medicação, sempre é bom lembrar que remédios que farão efeito para cessar (ou melhorar) vômitos, deverão fazê-lo também em prazo curto.
A necessidade de uso pouco mais prolongado (mais que duas ou três doses) dessas medicações aumenta de forma considerável o risco de efeitos adversos e deve fazer repensar na própria causa dos vômitos (nem sempre vômitos de duração mais alongada tem diagnóstico "fácil", como por exemplo, em doenças de cunho endocrinológico).

Outro fator que deve ser conhecido é o maior risco dos efeitos indesejados (e algumas vezes perigosos) em idades extremas (idosos ou bebês). Um dos motivos pelos quais não devemos ser apressados para medicalizar a maioria dos refluxos gastroesofágicos dos pequenos.

3 de agosto de 2018

Confio no Senhor


"O que é que ele tem, doutor?"
"Uma gripe, e..."
"Não é pneumonia?"
"Não, não é pneumonia."
"Como é que o senhor sabe?"
"Como é que eu sei? Eu sou um pediatra, e supostamente um pediatra deve saber quando um paciente tem pneumonia."
"Mas ele tem tosse."
"Então. Tem tosse, mas tosse não quer dizer pneumonia."
"O clínico geral disse que podia ser pneumonia."
"Disse? Então imagino que o clínico geral não deva saber reconhecer uma pneumonia."
"Mas o senhor não vai pedir um raio X?"
"Não, não há necessidade de raio X." 
"O filho de uma prima minha levou um tempão pra descobrir que tinha pneumonia, e quase morreu."
"Sinto pelo filho da sua prima."
"Não precisa encaminhar pra um pneumo?"
"Não, só encaminho pra pneumo casos de especialidade."
"Pneumonia não é?"
(!)
"Depende. Casos graves muitas vezes sim."
"O caso dele não é grave?"
"Não, felizmente não é grave. Não é nem mesmo uma pneumonia."
"Certeza?"
"Posso dizer que com certeza."
"Então tá, doutor, se o senhor tá dizendo..."
"Sim."
"... então confio no senhor!"