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30 de março de 2018

Novos Velhos Heróis


Não sei se é o Brasil ou é a mídia que não aprende (provavelmente os dois, como sempre):
Enterrado o "maldito" ex-herói Felipão, estamos nós de novo vendo o agora novo herói Tite em tudo quanto é propaganda, transformando cada baboseira que fala em pepita, como quem já ganhou a Copa.
Memorinha curta, a nossa.
Não bastasse, ainda vem Neymar de novo. E Anitta, e...
Mesmo que se ganhe, não é isso o que importa.
O que dói (ou irrita, dependendo do tipo de sensibilidade) é sempre a escolha de ídolos errados, os ídolos fáceis.
Futebol. "Música". Parece que é sempre somente isso que somos.
Mas ainda pode piorar.

Com alemães pela frente, de novo. Ou mesmo os franceses, ou argentinos. E aí, estão escasseando os salvadores. 

27 de março de 2018

Doença Velhinha


Tem impressionado nos últimos tempos o número de gestantes que apresentam exames positivos para sífilis.
Isso quer dizer pelo menos duas coisas:
1) Que tem muita gente "pulando a cerca" nas relações conjugais. Até aí nada de novo na humanidade, mas somado ao segundo fator, preocupa:
2) A turma não está dando a menor bola para relações seguras, com o uso do preservativo (prática que conheceu um recrudescimento no auge da Aids, mas que com a "pseudo-cura", com o fato de portadores do vírus viverem por muito tempo em tratamento, deve ter gerado uma espécie de relaxamento).
As estatísticas dos últimos anos têm mostrado o aumento do número de infectados, tanto de uma (sífilis) quanto de outra (HIV). 
Na ponta dos recém-nascidos, as consequências tendem a ser pequenas (pré-natais detectam e tratam precocemente ambos, com relativo pouco risco para os bebês), exceto pelo custo e logística dos tratamentos (ainda que no caso do HIV uma perspectiva de resistência viral futura assuste).

Já no caso dos adultos, as grávidas são indicadores de que as coisas vão mal (pois elas "se obrigam" a fazer exames de detecção, mas... E os outros?).

23 de março de 2018

Bibioteca


Descoberta, em um município do interior, uma biblioteca com títulos específicos para uma restrita faixa etária de fraldantes. Alguns dos títulos encontrados:

"Engatinhamento: The Basics!"
"Como largar do peito (e não voltar mais, depois)"
"Mitos e lendas dos primeiros dentes" (um grosso volume)
"Irmão Mais Novo: Um Mal Necessário?"
"Sua Mãe Diz Que Não. Você Acredita?"
"Cama dos Pais: Quando Deixar"
"Vitamina S (Sujeira): Doses e Reforço"
"Cem Maneiras de Cuspir um Remédio"
"Pinturas na Parede. Manual Ilustrado"
"Chuchu ou Danoninho. A Escolha é Sua" 
"Machado de Assis Para Bebês"

20 de março de 2018

Corra, Baby, Corra!


Não importa o quanto se tente: nenhum pediatra vai conseguir convencer os pais de crianças (principalmente das crianças pequenas) da relatividade em se considerar emergência a presença da febre.
É como um palavrão. Ou uma maldição. Ou mais exatamente, um prenúncio. De que algo ruim pode estar acontecendo.
E apesar de algumas raras (comparativamente) vezes ser verdade, mesmo com repetidas experiências positivas (quando febres altas deram em... nada!), basta aquele termômetro apitar rapidamente (o indício de que foi alta, mesmo), lá saem os pais correndo ("com as calças na mão") para os pronto atendimentos...
Não estou aqui ironizando ou brincando com coisa tão séria. Nossa tentativa (vã) é de fazer os pais entenderem que (estatisticamente falando, graças a Deus!) febre alta significando "desgraça" é rara, e na maioria das vezes mostra mais coisas do que "apenas" febre para quem saiba minimamente prestar atenção no filho.

Palavras ao vento...

16 de março de 2018

Força!


Como é que você diz para uma criança constipada ("intestino preso"): "Força! Vai lá, aguarda a vontade vir, e quando ela vier, concentra, faz mais força (não menos, não desistir), para que você não crie um ciclo vicioso e piore sua constipação (com fezes mais duras, necessitando de mais força, com possibilidade de traumatismo e/ou fissura da região anal, com cólicas absurdamente incômodas entre as evacuações)!".
Impossível (exceto para as crianças geniais, talvez)!
Quase todo esse argumento tem, então, que ser substituído por... remédio!
Nada demais. Nada de "laxantes" exatamente (pelo menos não na maior parte do tempo). Mas algumas medicações que facilitem a evacuação, que deixem as fezes menos endurecidas, pelo menos. Claro que com a manipulação dietética associada.
Lembrando que em "marmanjos" (crianças mais velhas), o fator psicológico que perpetua o intestino preso é muito frequente (muito mais frequente que doenças, como causador do intestino preso).

13 de março de 2018

Poço


A gente como consumidor tem uma tendência (muito boa para o fabricante ou o comerciante, ruim para nós) a agir de forma inconsciente da seguinte maneira (veja se isso não acontece com você):
Seja algo bom ou algo ruim para a saúde, se todo mundo consome, a gente consome, quase sem pensar, como algo realmente bom.
Chega de enrolação. Exemplos:
Se você não bebe vinho porque sabe que a bebida alcoólica faz mal para a sua saúde terá quase que se desculpar com os outros que estão bebendo, mesmo que os "errados" sejam os outros, os que bebem!
Se na sua cidade existe o hábito (digamos, "festivo") de se comer carne de porco em abundância (ainda associada a grandes quantidades de polenta), você provavelmente fará o mesmo, talvez não somente em nome da tradição, mas como algo que "não deve fazer mal, todo mundo faz...".
Quando você sai de casa e na volta traz uma "bobeirinha" para a criança comer, está fazendo o que é quase uma norma dos tempos atuais, equalizando carinho materno ou paterno com alimentação pouco saudável, porque "todo mundo faz". E é por isso que até posto de gasolina hoje em dia é cheio dessas coisas. Ponto pro vendedor!

Esses e outros exemplos são a nova versão (explorada por comerciantes e indústrias) do que se costumava dizer "se todo mundo pular no poço, você vai pular também?".

9 de março de 2018

Abaixo as Placas!


O leigo ouve tanto os termos do "versado" sendo repetido que acaba se apropriando deles, claro que de forma errada!
É o caso atualmente das famosas "placas" (indicando uma possível presença de pus na garganta).
Começa que esse termo não é exatamente um termo "médico" e deve, para o médico, ser substituído por algo menos "nebuloso" como por exemplo... pus!
Aí vem o leigo (que muitas das vezes é um médico!), olha uma garganta e manda: "há placas!".
Sério? De que natureza? Purulentas? Transudato? Exsudato? Caseo? Placas? O senhor pode ser mais específico (ou menos "generalizante")? Que significado têm essas "placas" nos sintomas - ou no diagnóstico - desse paciente?
Ou mais especificamente:
Essa visão de "placas" (seja lá o que elas forem) não é apenas mais uma justificativa para se usar antibióticos que de outra forma seriam totalmente injustificados?

Leigos e (supostamente) menos leigos: expliquem-se melhor! Abaixo as "placas"! Principalmente não as usem para acobertar vossa ignorância!

6 de março de 2018

Pulmões Cor de Rosa


Você que mora em cidade com muito trânsito quer mais um bom motivo para perder o sono?
Em um documentário do canal francês Arte tv sobre a poluição em Nova Deli, na Índia, um cirurgião torácico local disse que no passado da sua vida profissional, quando operava pulmões de crianças, eram quase todos cor de rosa. 
Hoje, só encontra pulmões escuros nas crianças da grande cidade, pelo acúmulo (irreversível, diga-se de passagem) de micropartículas de poluentes neles (os pulmões são verdadeiras "esponjas" dessas partículas, que são "engolidas" pelas células de defesa pulmonares, e ali ficam).

Mais uma das tragédias do mundo moderno a que assistimos na maioria das vezes sem fazer nada.

2 de março de 2018

Do Que A Terra Mais Garrida


Um monte vezes nada é nada. Ou eu não entendi nada da matemática?
Esses estudos que de vez em quando circulam: o último do Banco Mundial (estranho, um banco preocupado com bem estar social...), mostrando que um país como o Brasil precisará de 260 anos para que cheguemos ao nível educacional do europeu, em termos de leitura (na matemática é, curiosamente, menos de 100).
Sem entrar na metodologia, é impossível não rirmos ironicamente de estudos como esses. 
Claro que boa parte da explicação da nossa desgraça ignorante é: a) sermos muito mais jovens do que eles (ainda que América do Norte e Oceania desfaçam a desculpa), e b) estarmos nessa situação muito pela expoliação européia realizada no nosso continente (o que também não é uma grande desculpa, admitamos!).
Mas o mais risível é o resultado da conta acima. 
Vamos precisar de 260 anos fazendo o que? Uma cruzada interminável de leitura, só pode (o que para mim não seria má ideia, mas duvido que vá acontecer).
E com a outra variável, eles, leitores europeus, fazemos o que? Os cegamos, para que possamos chegar a eles? Pararão no tempo?

O ciclo virtuoso educação-riqueza-educação parece não estar abrindo brecha pra mais ninguém brincar, mesmo com dois séculos a mais. Não nesse Brasil!