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22 de fevereiro de 2019

Obscuro


A partir de um certo momento, em breve, imagino que todos os comuns diagnósticos vão estar "visíveis" a todos. Quando digo a todos, refiro-me especialmente a todos os pacientes!
E isso vai (deve) ser uma benção!
Porque diagnósticos "obscuros", dados clinicamente por médicos cientes da impossibilidade do seu paciente enxergar o que ele, médico, (supostamente) está enxergando, é fonte frequente de erros, intencionais (acredite!) ou não.
Exemplo comum:
A "infecção de ouvido" da criancinha que está chorando muito, com febre ou não, com capacidade de mostrar onde dói ou não.
Se a criança não vê, se a mamãe não vê, se o médico (supostamente) vê: diagnóstico dado, e não discutido!
Se houvesse uma possibilidade prática (até há, mas pouco prática até hoje) de se mostrar ("São Tomé") como está a membrana timpânica, e mais, mostrar a comparação com a membrana normal, diagnósticos inacurados (e especialmente tratamentos desnecessários e/ou perigosos) seriam evitados.
"Gargantas", a mesma coisa. Pulmões (não radiológico), a mesma coisa. Cavidade nasal, e etc. (curiosamente, essa tendência à "não vê, mas trata" recai muito sobre a área otorrinolaringológica, e aí, precisamos confiar muito nos profissionais da área que, coincidência ou não, são dos que mais enriquecem...).

16 de fevereiro de 2019

Ultra II


Falando ainda em ultrassom (assunto da postagem anterior), gostaria de dar um pitaco: tem passado aos poucos de um exame "especializado", realizado apenas por especialistas (radiologistas), a um exame "obrigatório" realizado por qualquer médico...
Aí vêm algumas sérias questões:
É o médico não radiologista capacitado para gerar laudos (muitas vezes com importância definidora)? Sempre se pode argumentar que com o devido treinamento, sim. 
Aí me vem à mente o "resto do pacote". Se nem uma conversa caprichada muitas vezes se tem, se muitas vezes o exame físico é mal feito, será o ultrassom a vir ao resgate de todo o resto?
Sou pessimista a respeito.
Como em tudo, eu, como paciente, prefiro entregar meu corpinho a alguém mais gabaritado para realizar o exame, ou então nem faço (e acho que você deveria pensar o mesmo...)! Se o clínico fizer o resto bem feito, me dou por muito feliz.

8 de fevereiro de 2019

Ultra


É compreensível que os pais busquem respostas no exame de ultrassom para as dores na barriga dos seus filhinhos.
Mas é absolutamente comum que eles não as encontrem.
A grande maioria dos exames ultrassonográficos do abdome das crianças com dor é... normal (não tenho estatística pra mostrar, mas acredito que chegue a mais de 95%)!
E por que é normal?
Porque as causas mais comuns de dor (constipação, consumo de alimentos inadequados, com poucas ou com muitas fibras, verminoses, ansiedade, etc.) não alteram esse exame, como é de se esperar.
Acontece que pais estão cada vez mais "São Tomé" ("ver para crer"). E enquanto não vêem um exame normal, não sossegam, com ou sem a razão do seu lado. Alguns vão além: raio X, tomografia, ressonância, exames de sangue, e etc.
Haja fila para esses exames todos, para uma queixa tão comum!...
É (ou seria) muito mais razoável pensar nas possibilidades mais comuns (citadas acima), tentar resolvê-las e, caso não se resolvam, ou as dores estejam se "complicando", aí sim, investigá-las de forma mais aprofundada.
São quase sempre, mais uma vez, "palavras ao vento"!...

1 de fevereiro de 2019

Coma Sem Pensar (?)



Essas coincidências acontecem comigo algumas vezes. Estava pensando sobre o assunto e dei de cara com o artigo do site médico "Medscape", falando exatamente o que eu pensava. Diz mais ou menos o seguinte:
Devemos meio que parar de tentar descobrir supostos efeitos de tal ou tal alimento, ou "dieta", pois "quase todos os estudos que são realizados, se baseiam em má ciência".
É isso!
Já virou piada pública (quase tanto quanto o diagnóstico médico de "virose") a história do "ontem inimigo, hoje amigo" das dietas.
Simplesmente porque é virtualmente impossível se confiar em estudos dietéticos. As variáveis são quase infinitas, e praticamente impossíveis de isolar, por mais que se tenha boa vontade e dedicação (alguns estudos emocionam, pela boa intenção...).
Não que isso nos libere de comer como um avestruz. Percebemos em nós mesmos (certamente o melhor laboratório dietético no que nos diz respeito, mas ainda assim muito limitado!) as diferenças entre não sair do McDonald's e comer com alguma qualidade. 
Já as inferências mil (muitas muito bem embasadas em ciência, especialmente de curtíssimo prazo, e em ratos de laboratório!) de que estaremos "salvos" comendo isso ou deixando de comer aquilo, essas se assemelham a "chutes", algumas até muito perigosas...