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25 de abril de 2020

"Ãnfãm!!"


Não vou aqui dar todos os detalhes da coisa - até pelo receio de, quem sabe, gerar uma "prescrição para todos" aqui nesse blog, que é não é lugar para isso - mas estou quase que absolutamente convencido que nos últimos dias cientistas começaram a desvendar o enigma do coronavírus e botaram uma grande luz no fim desse túnel!
Primeiro ponto: não vai vir por vacina. O que até pode ser perigoso, pois o investimento está sendo muito alto, e sabe como é que é...
Segundo ponto: estudos estão começando a ser feitos com esse novo (mais completo) conhecimento das "vias do corona".
Terceiro ponto: prevejo para muito logo que as certezas vão começar a pintar na área, e aí, sim, (com o remédio bom e barato na mão) vamos poder começar encarar esse vírus como "vírus de uma gripezinha" (e já não é sem tempo!).
As pesquisas vêm da França. Não é hidroxicloroquina, que tem se mostrado mais perigosa do que salvadora da pátria, em muitos casos. Vêm de uma turma do hospital La Salpêtrière, de Paris, o célebre hospital da formação do Freud, dentre outros nobres da história da medicina.
Estou com alguns estudos (muito técnicos) à mão. E bem confiante.
É só sentar e aguardar. Só mais um pouco!

19 de abril de 2020

Esperando Godot


Estamos, na nossa humilde cidadezinha do interior, vivendo uma situação curiosa.
Eu mesmo já vivi esta mesma situação há muito tempo atrás, quando os primeiros casos de AIDS (também uma zoonose) começaram a aportar aqui no Brasil.
Lembro que como estudante na faculdade de medicina fomos em uma turma grande conhecer "o primeiro caso de paciente aidético do Paraná". Foi quase um evento! E que nos marcou a todos. Até porque ignorantes da transmissão na época ficávamos a metros de distância do paciente.
Parece tudo muito cruel na distância do próprio tempo. Mas assim é o ser humano.
Agora, com uma nova doença "nova e potencialmente fatal" e novo flagelo da humanidade, estamos, como disse, numa curiosa "expectativa".
Todo o mundo falando da doença, sofrendo com a doença, vivendo um drama enorme, e nós... nada!
Claro que queremos continuar no nada. Apenas que, assim como na AIDS inicial, ficamos nos torturando por esse "por enquanto nada", e pensando se passará para o lado oposto ou não.

A angústia do que ainda não aconteceu. Como com a morte. 

10 de abril de 2020

Errata


Erramos!
Ou melhor, errei. E meio feio!
Mas, também, aí quase o mundo inteiro errou... Um ponto a menos pra todos!
Ainda nos é permitida alguma controvérsia, no entanto.
Como a do saldo final após (vai haver um "após"?) a epidemia. 
Terá sido mesmo assim tão grave? (por favor, não me compreendam mal, serão ainda os números frios da mortalidade a definir essa gravidade, além da já gravíssima consequência econômica, também já impactando na própria mortalidade).
E que o mundo procurará culpados, podemos estar certos.
A China, por exemplo, está hoje como aquele criminoso que sabe que a polícia sabe, e só está esperando que essa mesma polícia bata à sua porta. Algo como a Alemanha ao final da Segunda Guerra. Mas... adiantará? Com sua imensa capacidade de molhar a mão do mundo inteiro?
A comparação com guerras, no entanto, me parece indevida. É "paralisia", é algo diferente. Não há exatamente um "inimigo". Vírus não podem ser chamados assim. É tão parte da natureza quanto o RNA parte dele ou do oxigênio que (ainda) nos mantém vivos.
Cada vez mais ouço que as pessoas mudarão após essa epidemia. Eu, com meu habitual pessimismo/realismo acho que, infelizmente, não mudarão.

3 de abril de 2020

À Luta!


É curiosa a noção leiga sobre a classe médica.
As capacidades médicas são tão variadas quanto são o número de médicos no país.
Um médico não é igual a outro, longe disso. Não são como óleo de motor.
Ainda que um soldado também não seja igual a um outro, trabalha-se o tempo todo para que assim seja. A clássica ideia de soldado (ainda que isso tenha mudado muito) é o de mais um corpo no campo de batalha. É "x" soldados de um lado contra "y" soldados do lado inimigo. Tende a vencer quem tem número maior, na teoria.
Somente por essa diferença, a analogia do "campo de batalha" não vale no caso da epidemia (que mesmo é bem possível que não venha pro Brasil, em termos de casos graves como se espera).
O que sabe um oftalmologista sobre septicemia? O que pode fazer um dermatologista com um tubo traqueal? Nem mesmo a especialidade do momento, o infectologista, costuma "pôr a mão na massa" dos casos severos. 
Não há, como se quer fazer crer, "cursos relâmpago" de intensivismo. É área de respeito, de trabalho e estudo árduo de anos. E felizmente no Brasil, excelentes profissionais não têm faltado. Podem faltar na crise, na situação fora de controle. Mas aí é crise. É "fora de controle". Ainda assim, não dá pra improvisar. Não é "dois braços a mais pra carregar pacote". Não é "vestir um jaleco e ir à luta"!

Não se admirem se alguém tiver a ideia de chamar balconistas de farmácia à linha de frente porque "entendem muito de remédio"...