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19 de abril de 2020

Esperando Godot


Estamos, na nossa humilde cidadezinha do interior, vivendo uma situação curiosa.
Eu mesmo já vivi esta mesma situação há muito tempo atrás, quando os primeiros casos de AIDS (também uma zoonose) começaram a aportar aqui no Brasil.
Lembro que como estudante na faculdade de medicina fomos em uma turma grande conhecer "o primeiro caso de paciente aidético do Paraná". Foi quase um evento! E que nos marcou a todos. Até porque ignorantes da transmissão na época ficávamos a metros de distância do paciente.
Parece tudo muito cruel na distância do próprio tempo. Mas assim é o ser humano.
Agora, com uma nova doença "nova e potencialmente fatal" e novo flagelo da humanidade, estamos, como disse, numa curiosa "expectativa".
Todo o mundo falando da doença, sofrendo com a doença, vivendo um drama enorme, e nós... nada!
Claro que queremos continuar no nada. Apenas que, assim como na AIDS inicial, ficamos nos torturando por esse "por enquanto nada", e pensando se passará para o lado oposto ou não.

A angústia do que ainda não aconteceu. Como com a morte.