Estamos, na nossa humilde cidadezinha do interior, vivendo uma situação curiosa.
Eu mesmo já vivi esta mesma situação há muito tempo atrás, quando os primeiros casos de AIDS (também uma zoonose) começaram a aportar aqui no Brasil.
Lembro que como estudante na faculdade de medicina fomos em uma turma grande conhecer "o primeiro caso de paciente aidético do Paraná". Foi quase um evento! E que nos marcou a todos. Até porque ignorantes da transmissão na época ficávamos a metros de distância do paciente.
Parece tudo muito cruel na distância do próprio tempo. Mas assim é o ser humano.
Agora, com uma nova doença "nova e potencialmente fatal" e novo flagelo da humanidade, estamos, como disse, numa curiosa "expectativa".
Todo o mundo falando da doença, sofrendo com a doença, vivendo um drama enorme, e nós... nada!
Claro que queremos continuar no nada. Apenas que, assim como na AIDS inicial, ficamos nos torturando por esse "por enquanto nada", e pensando se passará para o lado oposto ou não.
A angústia do que ainda não aconteceu. Como com a morte.