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28 de junho de 2019

Iceberg


Tem crescido a noção de que exames de sangue mostram pouco.
Lembro de quando era pequeno (porque filho de médico) ter seringas com agulhas para brincar. E algumas fezes puncionava um ou outro inseto para "investigar o que tinham dentro". Seria seu "sangue"? Ou algum substituto, com funções parecidas? De qualquer forma, o que extraía era líquido, o que já era uma informação "importante", mas... de cor amarela? (!)
Exames laboratoriais realizados a partir do sangue são um fácil substituto de dosagens mais complicadas. Pensa na clássica glicose, por exemplo: o que se dosa é a glicose que está indo "de algum lugar para outro lugar", e se dosa. Mas... como está a glicose em cada compartimento? Ou como está a glicose nas células do fígado, onde ela está sendo intensamente metabolizada (e compartimentalizada, e distribuída)? Ainda se tem muitas dúvidas a respeito dessa relação glicose sanguínea/glicose de outros compartimentos (como o próprio fígado, os rins, os músculos, e até mesmo o cérebro) e a relação com as repercussões clínicas na diabete, com os tratamentos, com a necessidade ou não da insulina, etc. 
A mesma coisa vale para a dosagem, por exemplo, dos triglicerídeos. Que triglicerídeo é esse que se dosa, visto que a grande maioria do triglicerídeo ou está no tecido adiposo ("pneuzinhos"), ou está nas lipoproteínas circulantes (glóbulos de gordura "fechados" por uma capa de proteína, como o LDL, o HDL, etc.). Respondendo brevemente, é apenas uma micro-amostra do total, em travessia de algumas lipoproteínas para dentro dos órgãos.
E assim é com a dosagem do colesterol, do sôdio, de muitos dos hormônios, etc.

A nossa correlação "inocente" de "é tanto, deveria ser tanto" hoje parece muito, mas muito mais complicada do que só isso. É o que os pequenos benefícios terapêuticos dão como testemunha.

21 de junho de 2019

Dez Contos



Lugares ou situações onde não fica bem, não se deve ou é errado pedir desconto: 

1 ) Posto de gasolina
2 ) Cinema
3 ) Restaurante
4 ) Cabelereiro (a)
5 ) Estádio de futebol
6 ) Teatro
7 ) Pensão alimentícia
8 ) Casa da Mãe Joana
9 ) Loja de iPhone

10 ) Consultório médico

14 de junho de 2019

Muitos G



A gente tende a assumir que "quanto mais recurso tecnológico", melhor o aprendizado.
Claro que em parte é verdade. Não fosse, não pensaríamos que é. Um ábaco e um astrolábio ainda são instrumentos muito interessantes, até pra que a gente não fique "se achando" de imaginar que a tecnologia existe é de Bill Gates pra cá. Mas vai-se mais longe com a calculadora e o telescópio.
Mas aí mesmo é que está: quem como aluno "pega tudo pronto" tende a ser extremamente superficial, justamente porque a tecnologia facilita. E se facilita, o cérebro diz "obrigado", e relaxa.
Mal comparando, veja as performances na direção de quem "ainda usou marcha" contra quem "já nasceu no automático". Ou no lidar com o computador, na geração DOS (ai!), por exemplo, contra a turma nascida com aplicativo. As diferenças se mostram principalmente no entendimento de "como se chegou lá", gerando a tal superficialidade no conhecimento, a falta do espírito crítico, o comandado teclando o comando, a ausência de criatividade, de imaginação, do pensar "além da máquina".

É por isso que em alguns bons centros, o pensamento é na "volta pra trás". Volta o livro, volta a lousa, volta o giz (sendo que muita gente nem foi! - que mundo desigual!...). Esnobe-se o notebook, o virtual, a quarta dimensão. Tudo isso, com cara de superior!

7 de junho de 2019

O Garganta


É muito interessante (mas tristemente ignorante) essa história de tratar uma criança pequena como possuidora de "uma garganta que toda hora infecciona".
Sinceramente, não acredito em "bons motivos" para essa crença: ou é ignorância ou é má vontade (ou, como acontece muito, ambos!).
Vamos morrer dizendo: crianças pequenas (principalmente abaixo dos 3 a 4 anos) rarissimamente tem infecção de garganta causada por bactéria (que necessitaria de antibiótico). Por outro lado, inflamação ("garganta vermelha", dolorida, associada a febre ou a outros sintomas gerais como tosse, coriza) é toda hora!
E é essa confusão/ignorância (desculpe se insisto, mas é!) o que faz crianças pequenas se encherem de antibiótico, de forma inadequada (e gerando potencialmente complicações para sua saúde mais para frente)!