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28 de fevereiro de 2020

Meu Milagre


Quero falar um pouco de milagre mas, como sempre, vou esconder o santo.
A história é verídica, com algumas pequenas mudanças para que, pelo menos, o "santo" não afirme que se trata dele o que estarei contando:

O pai de uma pequena criança, após ter consultado, me disse:
"Coisa boa que esteja assim tão bem! É um verdadeiro milagre que esteja mesmo vivo!"
Aí, fiquei meio assim, voltei rapidamente a consultar seu histórico, e não resisti:
"Mas como assim, milagre?"
"Sim, os médicos disseram que teria pouquíssimas chances de sobreviver. Me mandaram, inclusive, rezar!..."
Eu, bobamente, contra-argumentei:
"Mas não há nada de assim tão grave no seu histórico! Passou por isso e por aquilo, mas quanto às "pouquíssimas chances de sobreviver"..."
Aí, o pai começou a se mostrar um tanto irritado:
"Milagre, sim, doutor! Eu é que sei o que foi... Todos os médicos preocupados, um deles inclusive"... (etc, etc, etc.)

Moral da história:
Cada um conhece (e mede) seu próprio "milagre". Não cabe a qualquer outro definir o quanto esse milagre tenha sido realmente milagroso!
O quanto esse pai e seus outros familiares gastaram de horas acordadas, de orações, de promessas que foram (aparentemente) atendidas, para um qualquer envinagrar esse milagre da água transformada em vinho?

Deus seja louvado. Acredite-se ou não!...

21 de fevereiro de 2020

Coisas Sem As Quais Não Podemos Viver


Pasta de dente sem glúten
Ketchup incolor
Lasanha congelada sem CFC
Leite de Vaca Orgânica
Soro Fisiológico não-alergênico
Goma de mascar sem colesterol
Sorine Oral
Desodorante sem lactose
Fio dental diet (diental)
Palmito sem gordura trans
Rivotril Cafeína
Coca-Cola sem álcool
Protetor solar sugar-free
Óleo de Suja
Bala de Gosma
Água de Coco Mineral

14 de fevereiro de 2020

Autonomia


Vou roubar um argumento do médico americano Doug McGuff autor do aclamado livro "Body by Science", "Corpo através da Ciência") de quem leio e assisto algumas coisas interessantes:
Para pra pensar: se dar uma corrida na esteira por cerca de uma hora (mesmo que com alguma intensidade) nos fizesse mais magros - ou muito menos gordos - a nossa espécie teria sobrevivido?
Um "caçador" (fosse ele um leão ou uma hiena ou um homem paleolítico) precisava buscar alimentos por horas, ou mesmo dias. E tinha reservas calóricas suficientes pra isso. Não morria, não desnutria, não deixava de existir como espécie quando não encontrava alimento suficiente nesse período. 
Nossa bioquimica nos salvava, então. Produzíamos energia buscando nas nossas reservas. Algo bem parecido com a proposta das dietas "ceto" ("keto-diet") atuais, quando cumpridas com rigor (porque sem o rigor necessário, "enganada", periga aliar o pior de tudo). 
É bem provável que o sujeito mostrasse um físico e um perfil metabólico bem saudável, principalmente se comparado com os atuais. Algo como o leão e a hiena daquele tempo assim como os de hoje, pois nenhum dos dois faz compras em supermercado nem curte um algodão doce.
O ponto é que a atividade física nos mantêm saudáveis apenas se aliada ao fator principal: a alimentação. Que, sem exageros, permite muito pouco dos mil prazeres açucarados aos quais estamos habituados. 
Nem que fizéssemos nossas refeições em cima da esteira (como já tem gente perigando fazer!)

7 de fevereiro de 2020

"Quem Foi Rei..."

Pouca gente sabe ou lembra, mas uma parte do mundo esteve verdadeiramente em pânico no já "distante" ano de 2003 por conta de um vírus parente desse atual, o coronavírus (corona, de "coroa" em latim, são vírus que possuem espículas moleculares que os fazem parecer verdadeiros "reis" infectantes).
Estamos em época de Oscar, e (que eu saiba) ninguém realizou um filme sobre 2003, mas aquela epidemia mereceria.
Dois países asiáticos (Vietnam e China, mais especificamente a área de Hong-Kong) viveram situações inacreditáveis: famílias extraídas de suas casas em ônibus para serem examinadas e hospitalizadas, enfermeiros e médicos proibidos de voltar às suas casas até que até que a epidemia acabasse (alguns mortos e cremados, violando a tradição religiosa local), batalhões do exército procedendo à uma desinfecção paranóica de prédios, veículos e ruas...
A epidemia foi vencida, mas muito graças ao trabalho de alguns abnegados da época. 
A grande diferença em relação a hoje parece ser a patogenicidade desse novo coronavírus. Até onde se sabe, a grande parte dos infectados nem sabe que estão infectados, e assim permanecerão, ignorantes e felizes, como em quase toda doença viral.
A pequena parte (fala-se em 2%, mas deve ser uma superestimação) dos que ficarão (ou ficaram) mais gravemente doentes, têm sim, um maior risco de mortalidade (e de novo, especialmente na faixa dos idosos). Acontece que, diferente da epidemia de 2003 (que causava a chamada "SARA", síndrome da angústia respiratória aguda), esse "primo" do outro vírus parece ter predileção pelas vias aéreas superiores (nariz, garganta, seios da face), o que o torna mais "bonzinho", menos perigoso (poupa, por exemplo, os alvéolos pulmonares do estrago), e até por conta disso, torna a sua propagação também menos perigosa (ou mais previsível).

Vacina? Tratamento antiviral? Claramente, não há. E, claramente, não deverá haver! A epidemia deverá seguir seu passo de terminar por ela mesmo.