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3 de abril de 2020

À Luta!


É curiosa a noção leiga sobre a classe médica.
As capacidades médicas são tão variadas quanto são o número de médicos no país.
Um médico não é igual a outro, longe disso. Não são como óleo de motor.
Ainda que um soldado também não seja igual a um outro, trabalha-se o tempo todo para que assim seja. A clássica ideia de soldado (ainda que isso tenha mudado muito) é o de mais um corpo no campo de batalha. É "x" soldados de um lado contra "y" soldados do lado inimigo. Tende a vencer quem tem número maior, na teoria.
Somente por essa diferença, a analogia do "campo de batalha" não vale no caso da epidemia (que mesmo é bem possível que não venha pro Brasil, em termos de casos graves como se espera).
O que sabe um oftalmologista sobre septicemia? O que pode fazer um dermatologista com um tubo traqueal? Nem mesmo a especialidade do momento, o infectologista, costuma "pôr a mão na massa" dos casos severos. 
Não há, como se quer fazer crer, "cursos relâmpago" de intensivismo. É área de respeito, de trabalho e estudo árduo de anos. E felizmente no Brasil, excelentes profissionais não têm faltado. Podem faltar na crise, na situação fora de controle. Mas aí é crise. É "fora de controle". Ainda assim, não dá pra improvisar. Não é "dois braços a mais pra carregar pacote". Não é "vestir um jaleco e ir à luta"!

Não se admirem se alguém tiver a ideia de chamar balconistas de farmácia à linha de frente porque "entendem muito de remédio"...