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15 de novembro de 2019

O "Normal" É Pouco


Estudos das últimas décadas têm repetidamente mostrado que o nosso habitual exame de sangue (o chamado "hemograma") pode dizer ainda muito pouco sobre nossos pacientes.
Pegue o caso emblemático do número de linfócitos (parte importante da defesa do organismo, dos chamados "leucócitos", todos com funções de defesa variáveis -  ou mais exatamente complementares):
Linfócitos têm várias subclasses. Vão desde linfócitos killers (isso mesmo, "matadores", responsáveis por "dar um pau" em muitos tipos de germe) até os linfócitos Treg ("T"  reg), "reguladores" que fazem o necessário contrabalanço na ação dos primeiros, dentre outros.
Estão todos eles ("killer", "reg", e os demais) como, simplesmente, linfócitos! Não informa o hemograma "quem é quem". E mais: não nos informa, baseado na sua contagem, se estão cumprindo suas funções de forma adequada. Há exames bem mais complexos para isso, não solicitados de forma costumeira (e, claro, desnecessários mesmo, em muitos casos).
É justamente por isso que exames complementares são... complementares! Importa muito a história do nosso paciente, importa muito valorizar o que realmente interessa nos seus dados de doença (inclusive não supervalorizando certas coisas, ou transportando temores infundados dos pacientes para a atuação médica).