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16 de agosto de 2019

Figurinha



Não sou psicólogo, longe disso. Mas como pediatra tenho que tentar quebrar uns galhos como.
Uma das coisas que cresci ouvindo foi a história (história, será?) da "importância da figura paterna".
Acreditei nisso. Acreditei, e repassei de que isso era importante: da figura de um homem presente no lar, como alguém que a criança possa ter como contraponto à figura mais óbvia, inata, de toda hora, da mãe.
Parece meio óbvio, senão do ponto de vista psicológico (que, de novo, não é a minha praia), pelo menos do ponto de vista de equilíbrio de gênero, mesmo: um homem (meio assim, assim e assim) e uma mulher (desse outro jeito, desse outro jeito e desse outro jeito, mas muitas vezes tudo meio parecido, para a criança). 
Com o decorrer das últimas décadas, tudo isso tem sido muito questionado: importante exatamente pra quê, ô mané? 
Então. Exatamente pra quê? Sem querer abusar da desculpa (aquela, a de não ser meu quinhão), tenho realmente me questionado. Vamos ficar procurando esse pai, muitas vezes perdido (seja porque foi comprar cigarro e nunca mais voltou, seja porque fugiu já de cara das responsabilidades), muitas vezes tão mal acomodado na idealizada figura paterna que talvez fosse melhor que nem mesmo existisse, outras tantas vezes porque se preferiu que fosse incógnito, mesmo.
Quem não a tem (a figura) não cresce direito, não desenvolve, é problemático? Bom, não neguemos que pode ser um fator pra tudo isso, sim, mas não dependerá "só" disso. 

Como sempre foi. Só que agora de forma mais aguda, mais às claras, mais assumida.