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22 de janeiro de 2006

Lenha na Velha Fogueira



Pergunte à maioria dos médicos americanos (especialmente os mais novos) o que é uma “dipirona”.
Pode dar opções, tipo: a) uma alga, b) uma espécie de cancela, c) ou um medicamento.
Muito poucos acertarão.
Há muito tempo que o FDA (departamento que controla medicações e alimentos nos Estados Unidos) baniu a medicação (oficialmente desde 1979).
Motivo:
Como alerta (alerta mesmo!) o artigo do Pediatrics de 2002, a medicação é associada ao risco de um problema potencialmente grave (e algumas vezes fatal): a agranulocitose (diminuição importante no número de neutrófilos, células de defesa contra infecções).
Os dados, no entanto, são extremamente controversos: vão de uma freqüência de 1 para cada 3000 doses até 1 para cada 1.000.000 (um milhão de doses!).
Brincando um pouco com os números (e não com a saúde!), dá para pensar: não é assim “que a banda toca”, mas imaginemos, por exemplo:
No mundo inteiro, a estimativa (e tudo sempre nesses casos são “somente” estimativas) do número de casos de agranulocitose por dipirona é de 7000 casos/ano.
Parece muito, mas pensemos um pouco: na pior hipótese de 1 caso para cada 3000, 3000 x 7000= 21 milhões de doses (uma estimativa complicada, temos que admitir) de dipirona foram usadas para aparecerem 7000 casos* que, além do mais, podem não ter sidos totalmente comprovados como causados pela dipirona! (Agora, imagina se a conta for com 1 milhão! Escuta: quantas pessoas neste mundo tomam dipirona??) O próprio caso relatado no artigo reconhece que o problema pode ter tido outra origem.
Pra terminar, deve se entender que problemas como agranulocitose costumam aparecer em quem tem predisposição genética para tal (como foi também o caso relatado, em que a mãe da criança padeceu – não faleceu ! – do mesmo problema cinco meses antes).
* Claro que há uma provável sub-notificação para complicar a conta.

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