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6 de fevereiro de 2006

Fantasmão



A anemia é uma preocupação muito freqüente (um dos maiores “fantasmas”, eu diria) de pais de crianças pequenas.
Por isto, algumas observações são importantes para diminuir estes fantasmas (no máximo, deixá-los do tamanho de um Gasparzinho, que, aliás, é bem palidozinho):
Quando uma criança vem ao consultório com boa saúde (a maioria dos casos) e os pais querem saber se ela pode estar com anemia, há apenas a necessidade de (além dos óbvios história e exame físico) dois exames bem básicos (ainda mais em tempos de “grana curta”, isto é, quase sempre):
• hemograma e
• ferritina.
O hemograma, pela quantidade de hemoglobina (atenção: a tabela de normalidade varia com a idade!) já diz se há ou não anemia.
Então, anemia será (os valores – em g/dl - podem variar um pouco, dependendo da fonte consultada):
•Em recém-nascidos: menor que 14
•Dos 0-2 meses: menor que 12
•Dos 2-6 meses: menor que 10
•Dos 6m- 6 anos: menor que 9,5
•Dos 6a-18 anos: menor que 10.
O “ferro baixo” no organismo vem antes da anemia (e já pode causar alguns sintomas, como cansaço, mau rendimento escolar, etc.). Por isto, a ferritina é importante.
-Mas, o que é a ferritina?
O “macete” é pensar na ferritina como uma “tina com ferro dentro”: se o estoque de ferro no organismo é baixo, o valor da ferritina (uma proteína que estoca ferro) vai ser baixo (abaixo de 20 ng/ml em crianças mais novas e abaixo de 10 ng/ml em crianças mais velhas).
Dessa forma, em crianças de resto saudáveis (sem doenças inflamatórias importantes ou câncer, que alteraria a ferritina, por exemplo) com hemoglobina e ferritina (que diminui antes da dosagem do ferro diminuir) normais, damos um “xeque-mate” na possibilidade de anemia ferropriva (a causa de longe mais comum de anemia).
Obs.: outras formas de anemia – são muitas – costumam ter sintomas diferenciados (tanto nas causas quanto nas conseqüências), além de história familiar.

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