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3 de agosto de 2007

Uma Imagem Versus Mil Palavras


“Quando as noites eram silenciosas, guiava seu sono pelo ritmo da respiração de Darlene. Hoje vagueia nas noites barulhentas provocadas pela baderna dos jovens da vizinhança por detrás das cortinas de seu pequeno apartamento, entre imprecações e calorosas conversas com o fantasma da ex-amada...”

Trecho de Romance Nenhum, do autor de araque que vos escreve.

Canso de ter convicções que se mostram erradas, mas lá vai mais uma:
Acredito que num futuro próximo a humanidade vai estar dividida em dois grandes grupos: os LL (Leitores de Livros), mais calmos, concatenados, centrados e esperançosos, e os LOQEI (Livro, o Que É Isso?), naturalmente mais ansiosos, e por vezes até auto-destrutivos.
E por que serão grupos distintos?
Porque neste mundo cada vez mais imediatista, somente aqueles que sabem o que é ler um livro serão capazes de se manter focados em metas que podem ser chamadas de “longo prazo”, essenciais para o crescimento individual e da coletividade*.
Porque uma das milhares de coisas que os livros nos ensinam é a qualidade da paciência, do esperar pela página ou capítulo seguinte sem que se tenha que morrer de ansiedade. Páginas e páginas em que domamos a vontade de pular pro fim, de abandonar um projeto pelo outro, possivelmente mais atraente, ou de desistir de qualquer nova empreitada.
Até hoje há os que acham que poderá haver líderes, profissionais minimamente competentes ou histórias de sucesso entre os LOQEI.
Preconceito contra eles da minha parte?
Pode até parecer. Mas é que me preocupo com eles, tento chamar sua atenção. Uma característica deles, no entanto, é a de sempre responder:
-Não estou nem aí...
* O computador, embora lide essencialmente com linguagem, permite ao usuário que “fuja” dos textos formais, o que frequentemente ocorre, principalmente nas novas gerações, “cibernéticas”. Daí a importância dos velhos livros.

Uma conhecida minha disse, orgulhosa de sua filha:
-Ela acabou de completar 6 anos e já leu um livro do Paulo Coelho!
Minha resposta, meio maldosa:
-Ótimo! Agora que ela já se alfabetizou, compre livros de verdade pra ela...

Pan de Azúcar

Não sei quanto a você, mas para mim, ganhar medalhas em Pans (“Sub-Olimpíadas”, segundo as más línguas) não me faz sentir nem um milímetro mais orgulhoso de ser brasileiro.
São louváveis os feitos dos atletas medalhados, mas o estímulo à ufania é fruto de uma mídia maliciosa, mal-intencionada até, que, na falta de coisas melhores para comemorarmos, quer nos impor um orgulho ingênuo por quase coisa nenhuma.
Assim continuamos fazendo de conta que o país funciona. Assim continuamos consumindo, que é só o que a muitos importa.

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