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7 de setembro de 2007

Pé da Letra



Para muitos pode dar "nervoso", mas há grandes prazeres escondidos nesta vida bookólica.

Voltando ao tema leitores versus não-leitores:
O que determina o quanto cada criança irá gostar de ler?
De forma intuitiva podemos observar que, para que uma criança goste de ler, primeiramente precisa ver pessoas lendo ao seu redor.
Frequentemente atendo crianças com baixo rendimento escolar. Em muitos destes casos, pais e professores nos procuram tentando atribuir uma causa médica para o problema. Porém, ao serem questionados sobre hábitos de leitura, grande parte dos pais confessa nunca pegarem um livro ou jornal ou mesmo uma revista na frente das crianças (que dirá ler para elas)!
Com a concorrência da televisão, DVD, computador, etc. (embora a influência destes meios também possa ser positiva para mentes curiosas), o contato com os livros torna-se ainda mais ameaçado caso os pais deixem de prestar atenção a este fato.
Além do exemplo e do estímulo, uma pesquisa de cunho sociológico tentou correlacionar tipos de personalidade com o gosto pela leitura e outros programas culturais (incluindo a TV). Eis o resumo dos achados:
- Pessoas com facilidade para fazer amigos (“amigáveis”, curiosamente uma característica mais encontrada em mulheres, em pessoas mais jovens e/ou em pessoas de menor nível cultural) tendem a preferir literatura mais simples, como romances românticos, além de novelas na TV. Pessoas com grande senso prático também têm estas preferências.
- A abertura para novas experiências (“openess”) é característica fundamental para a escolha de temas complexos na leitura, bem como em programas de televisão (notícias e programas informativos). “Amigáveis” tendem a fugir destes temas (considerados elitistas), bem como de temas “incômodos” (muitas vezes mais sérios).
- A introversão ou extroversão independentemente, ao contrário do que se costuma pensar, não são associadas a preferências culturais.
- A estabilidade emocional é outro importante fator nas escolhas. Instáveis emocionalmente costumam optar por programas mais “fáceis”, como as novelas (como uma fuga para suas dificuldades). Estáveis dão preferência a programas mais difíceis ou nobres, como visitas a museus e concertos de música clássica (independente da classe social).

Não que eu queira puxar a brasa para a leitura (até porque, no processo, posso causar incêndio em alguma biblioteca), mas, além de tudo, uma ou outra notícia dá conta de que até viver mais os leitores vivem: está, por exemplo, num artigo do New York Times (graduados no ensino médio vivem, em média, nove anos a mais que os não-graduados nos Estados Unidos – provavelmente porque são mais informados sobre cuidados com a saúde).

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