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3 de abril de 2007

Somente 12 Primaveras



Um terrível dilema com o qual talvez devamos começar a nos acostumar. Essa é a fascinante história (daria – se não dará - um grande drama cinematográfico) de Katharine Moser, uma jovem de 25 anos, uma das pioneiras na realização de um teste genético que a informou que, sim, ela carrega com ela o gene da assustadora doença de Huntington, doença que, em no máximo mais doze anos, a fará perder a capacidade de falar, andar e até mesmo de raciocinar.
Sua tragédia talvez não tenha exatamente iniciado no momento em que soube ser portadora do gene letal. Sua vida não foi mais a mesma desde que soube que tinha a possibilidade de descobrir se iria ter um fim parecido com o do seu avô, que por várias vezes criou embaraços no ambiente domiciliar (como quando entrou na cozinha da casa de Katharine vestindo apenas suas cuecas – na cabeça!).
Tortura de saber (e de se “preparar” para seu funesto fim), tortura de poder saber e evitar o exame. Qual o pior? Katharine foi desaconselhada por várias pessoas, desde sua mãe – que ao saber da genética da filha soube “por tabela” do seu inevitável destino, apenas que mais próximo – até psicólogos que costumam lidar com os doentes. Sua esperança de um resultado negativo (que lhe daria a chance de pensar em casamento e filhos), entretanto, a fez arriscar.
Suas últimas esperanças repousam agora numa breve descoberta da cura para a doença. Difícil. Embora, em ratos, já estejam ocorrendo progressos nas últimas pesquisas. (“Que bom”, disse uma sua companheira de aflição, por e-mail, num esforço para tentar manter o bom humor. “Não teremos que ver os pobres ratinhos andando por aí sofrendo dessa doença horrorosa...”).

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