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23 de abril de 2007

Boca-a-Quê?


Cai o sujeito na rua.
Ataque cardíaco provável.
O que você faria?
Se você disse: “Nada, ficaria só olhando...”, você está com a grande maioria (que, no máximo, chamaria por socorro médico). É o que mostra o estudo realizado por um grupo de médicos japoneses em que, de 4068 eventos desse tipo, em menos de 30% dos casos os passantes se dignaram a fazer qualquer tentativa de ressuscitação.
Um dos motivos prováveis: “nojinho” ou medo de contaminação ao se pensar em fazer a respiração boca-a-boca (claro que os motivos principais devem ter sido a ignorância de como proceder – embora nos países mais desenvolvidos boa parte da população tenha instruções razoáveis sobre primeiros socorros – ou o pânico total ao enfrentar situações deste tipo).
Quanto ao “boca-a-boca” o próprio estudo japonês (publicado no prestigioso Lancet) está nos eximindo da necessidade de fazê-lo (pelo menos na maioria dos casos*).
Segundo Nagao e equipe, a maioria das vítimas de parada cardiorespiratória estará mais bem servida se os socorristas se concentrarem apenas na massagem cardíaca, que – agora se aconselha – deve ser feita numa freqüência elevada, em torno de 100 por minuto, e vigorosamente (mesmo que isso signifique a fratura de algumas costelinhas!).
* As exceções são casos de intoxicação ou abuso de drogas, afogamento e em crianças, onde a ventilação (a entrada de ar nos pulmões) pode ser o fator mais importante para o colapso do paciente.

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