Em algum lugar do passado... (Espera aí! Passado é lugar ou é tempo? Tanto faz!) havia um médico de aldeia no qual os habitantes depositavam enorme confiança.
Dava, este médico, expediente diário num modesto consultório de paredes feitas de seixo (seixo, para quem não sabe, não tem nada a ver com o antigo ídolo do rock’roll nacional, é uma espécie de pedra, um cascalho, enfim).
E a todos que a ele recorriam, Dr. Smaeloch (era esse seu estranho nome) dava o correto diagnóstico:
-Doutor, meu filho dorme de olhos abertos!
-Vermes!
Prescrevia ligeiro um excelente remédio à base de ervas e óleo de rícino, acrescido de aromatizantes naturais (que servia para o intestino funcionar cheiroso, provavelmente).
Outra mãe entrava assustada:
-Veja, doutor, minha filha tem olheiras!
-É vermes (Dr. Smaeloch tinha problemas com concordância)!
Nova receita do poderoso vermífugo. E lá ia mais uma mãe satisfeita. Até a entrada da próxima:
-Doutor, a Paula Karina range os dentes!
-Os de cima ou os de baixo? (fingindo rigor científico)
-Uns nos outros...
-Vermes!
E assim seguia a caravana:
-Tonteira.
-Vermes!
-Dor de cabeça.
-Vermes.
-Fala besteira.
-Vermes.
-Não consegue dormir.
Fazia, às vezes, apenas o “V” com os dedos, sem tirar os olhos do receituário. E tome vermífugo!
-Coceira no nariz.
-Vermes, claro!
-Unha encravada.
-Vermes? Vermes, lógico!
Vários anos se passaram. Dr. Smaeloch se aposentou. Ou morreu, não se sabe ao certo (talvez não tenha nem mesmo existido). Mas a sua mensagem continua viva nas cabeças de mães do mundo inteiro. Olheiras, brabeza, teimosia, nariz coçante, tonteira. Tudo deve ser culpa desses vermes malvados! Principalmente ao entrarmos no mês de maio. Sim, porque vermes têm “folhinha”! E neste belíssimo mês, os monstrinhos se alvorotam, dão as caras. As caras só não, dão rabinhos, também.
E de cada nova mãe que entra nos modernos consultórios atuais - o meu não, ainda é de seixo – ouvimos a peremptória negativa: “Não acredito nessas coisas!”. “Mas (baixinho), por via das dúvidas, podia aproveitar e receitar um remedinho pra vermes. A Glória Eduarda anda tão branquinha!..”
Dava, este médico, expediente diário num modesto consultório de paredes feitas de seixo (seixo, para quem não sabe, não tem nada a ver com o antigo ídolo do rock’roll nacional, é uma espécie de pedra, um cascalho, enfim).
E a todos que a ele recorriam, Dr. Smaeloch (era esse seu estranho nome) dava o correto diagnóstico:
-Doutor, meu filho dorme de olhos abertos!
-Vermes!
Prescrevia ligeiro um excelente remédio à base de ervas e óleo de rícino, acrescido de aromatizantes naturais (que servia para o intestino funcionar cheiroso, provavelmente).
Outra mãe entrava assustada:
-Veja, doutor, minha filha tem olheiras!
-É vermes (Dr. Smaeloch tinha problemas com concordância)!
Nova receita do poderoso vermífugo. E lá ia mais uma mãe satisfeita. Até a entrada da próxima:
-Doutor, a Paula Karina range os dentes!
-Os de cima ou os de baixo? (fingindo rigor científico)
-Uns nos outros...
-Vermes!
E assim seguia a caravana:
-Tonteira.
-Vermes!
-Dor de cabeça.
-Vermes.
-Fala besteira.
-Vermes.
-Não consegue dormir.
Fazia, às vezes, apenas o “V” com os dedos, sem tirar os olhos do receituário. E tome vermífugo!
-Coceira no nariz.
-Vermes, claro!
-Unha encravada.
-Vermes? Vermes, lógico!
Vários anos se passaram. Dr. Smaeloch se aposentou. Ou morreu, não se sabe ao certo (talvez não tenha nem mesmo existido). Mas a sua mensagem continua viva nas cabeças de mães do mundo inteiro. Olheiras, brabeza, teimosia, nariz coçante, tonteira. Tudo deve ser culpa desses vermes malvados! Principalmente ao entrarmos no mês de maio. Sim, porque vermes têm “folhinha”! E neste belíssimo mês, os monstrinhos se alvorotam, dão as caras. As caras só não, dão rabinhos, também.
E de cada nova mãe que entra nos modernos consultórios atuais - o meu não, ainda é de seixo – ouvimos a peremptória negativa: “Não acredito nessas coisas!”. “Mas (baixinho), por via das dúvidas, podia aproveitar e receitar um remedinho pra vermes. A Glória Eduarda anda tão branquinha!..”
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