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9 de março de 2007

O Mau Negócio


O que faz de nós “maus sujeitos”? Onde está a raiz psíquica da maldade?
Foi tema de reportagem de um psiquiatra americano no New York Times desta semana.
Transtornos de personalidade: diagnósticos que são amplos o suficiente para justificar quase qualquer variedade de mau comportamento, segundo o próprio psiquiatra, vem à tona quando a maldade invade relacionamentos e trabalho de forma cotidiana.
O autor do artigo, porém, mostra-se atônito ao perceber que, em muitos dos seus pacientes, após tratamento das condições psiquiátricas que possivelmente justificariam sua maldade, ela continua ali, intacta.
Aí a estupefação passou a ser minha. Apesar dos anos de excelência na sua área, apenas após muito meditar foi que o nobre (acho que nobre mesmo, pois escreve no NYT) colega começou a perceber que a maldade – como de resto qualquer traço de caráter – pode ser mais do que um diagnóstico d’alguma condição psiquiátrica.
Pode ser (e como temos visto!) o fruto podre de um meio mais podre ainda. Pode ser, também, resultado de uma paupérrima escala de valores (novamente fruto do meio). Pode ser até - e para quem acredita é mesmo - karma. Sem menosprezo às próprias até hoje pouco tratáveis mazelas psiquiátricas.
Como na mais famosa citação (que, aliás, nunca foi escrita, pode checar!) do clássico do escritor escocês Robert Stevenson, “O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde” (O Médico e o Monstro):
“Em cada um de nós, duas naturezas estão em guerra: o bem e o mal. Durante toda nossa vida, a luta entre elas continua, e uma delas deve ser a vencedora. Está em nossas mãos o poder de escolha – o que mais queremos ser, seremos”.

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