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23 de março de 2007

Novas Posições


Um livro recém-lançado nos Estados Unidos, mas que já está dando muito pano pra manga, trata de um assunto que pra muita gente parece velho. “Unhooked” (algo como “desengatado”) tem um subtítulo que já entrega a postura da escritora, uma repórter cinquentona ganhadora do Prêmio Pulitzer: “Como Jovens Mulheres Perseguem o Sexo, Atrasam o Amor e Perdem Ambos”.
Segundo ela, adolescentes (estudantes) americanas têm adotado a postura do “hooking up” como norma nos seus relacionamentos. O que é o “hooking up”? Pode ser qualquer coisa: desde um simples beijo íntimo até sexo oral ou o, digamos assim, “pacote completo”. O que importa é a ausência de compromisso implícita na relação. Não é namoro, não visa à criação de laços. Ou seja, é – como diz uma das críticas ao livro, publicada no New York Times – o sonho de todo os rapazes (será mesmo?).
Os motivos para esta atitude sexual vão da “falta de tempo” para relacionamentos mais sérios até a experimentação da sensação de poder em “usar” os rapazes apenas para realizar seus mais primitivos desejos.
Como era de se esperar, há ardorosos defensores e ferozes críticos desta postura de vida.
Dentre os motivos para crítica, há os que citam a incapacidade de manter relações mais profundas, a baixa auto-estima resultante, a perda da confiança nas relações, a disseminação de doenças, a associação freqüente com bebidas e drogas, a criação de situações facilitadoras para o estupro, etc.
Para os que criticam a autora, a noção de que o sexo deva ser visto como algo “feio”, “sujo” ou algo que deva causar arrependimento ao ser praticado é, no mínimo, ultrapassada. “Experiências não são mais do que experiências: devem ser avaliadas, questionadas, para que possamos crescer como pessoas adultas”, escreve um psicólogo na acalorada discussão no site da Amazon (livraria virtual).
Minha visão? Coincide com a visão da crítica do jornal Washington Post:
“Numa cultura que valoriza dinheiro e fama sobre todas as coisas, numa sociedade que se esquiva do fracasso, do azar, dos problemas e das dores, nenhum de nós tem falado a linguagem do amor e da tolerância. Mas não é esta nova atitude sexual que tem criado essa atmosfera. O hooking up provavelmente significa o reflexo fiel de uma cultura ou uma resposta darwiniana a um mundo onde metade dos casamentos terminam em divórcio ou, ainda, a tentativa de algo novo. Talvez esta geração, ao tornar o sexo algo menos precioso, termine por recolocar humanidade de volta no ato sexual”.
(esta ênfase no “talvez” é claro, é minha, pois quero deixar claro meu enorme ponto de interrogação sobre o assunto)

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