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27 de junho de 2006

Por Que O Jota Quest Faz Sucesso


“E se quiser saber pra onde eu vou
Pra onde for o sol
É pra lá que eu vou”

Três frases repetidas à exaustão. Sendo que duas delas são a mesma coisa dita de outra forma (...pra onde eu vou, é pra lá que eu vou). A receita simples da superficialidade, de algo que “pega” sem precisar de esforço. Acrescente-se alguns acordes, tenha o apoio da mídia massificada (“gostar de Jota Quest é que é o certo), e pronto! Sucesso garantido.
Nada mais a propósito para uma sociedade que cresce e se desenvolve na superficialidade. Não há tempo para nada. Estamos com pressa. Pressa para quê? Não sabemos, mas há que se ter pressa.
Uma característica que diferencia – para o mal ou para o bem - homens de outros animais é nossa vocação para o aprofundamento. Sempre necessitaremos de “algo mais”.
E quanto mais superficiais forem nossos nourriture de l’ame (“alimentos d’alma”, meu francês é um embuste, já vou avisando), de mais alimentos superficiais precisaremos. É a grande sacada da indústria fonográfica. E como de resto, das demais indústrias. Não é à toa que estudiosos da psicologia humana são hoje peças essenciais do marketing industrial.
-E isso tem algo a ver com a saúde, mané?
Pode ser difícil notar a relação. Porém, muitos de nós temos vivido na água rasa das relações humanas. Vivemos num mundo hedonista, do direito ao prazer, à satisfação imediatista, das relações rápidas, superficiais. Não é, claro, nossa culpa. Apenas que de vez em quando (mais do que nos damos conta, tenho a certeza) algo de fétido brota das profundezas – na forma de doenças, principalmente das chamadas psicossomáticas - sem sabermos direito o porquê.

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