"Isto deve fazer bem pra saúde, pois o gosto é horroroso!”.
Em termos evolutivos, gostar de coisas piores para a saúde é correto.
Quando se oferece a um bebê um alimento açucarado ou feito com farinha, é “natural” que ele goste, pois através do gosto seu organismo não apresenta nenhuma rejeição atávica (passada como informação genética de geração em geração).
Já alimentos com gostos ácidos ou azedos (alimentos mais saudáveis, em geral) induzem uma natural resposta de repulsa, visto que muita coisa ácida ou azeda presente na natureza (e com risco de ser ingerida por “bebês do passado”, sem os cuidados dos bebês modernos) era veneno, na real acepção da palavra!
Bebês das cavernas podiam comer um pepino que encontrassem perdido pelo caminho. Tornar-se-iam um pouco mais saudáveis...
Mas se topassem com uma Dieffenbachia seguine (a famosa “comigo-ninguém-pode”) ou com uma Nicotiana glauca (o “charuto-do-rei”, confundida com a couve), por exemplo, babau! Comiam Cymbopogon citratus (capim) pela raiz. Abotoavam o paletozinho de Cupressus sempervirens (madeira, uai!)!
Talvez seja esse o principal motivo dos importantes cuidados na introdução dos alimentos a partir do 6º. mês de vida.
Há que se protelar o gosto pelas bobagens, pouco saudáveis.
Há que se cultuar o gosto pelas frutas, legumes e verduras, o que pode levar tempo e exige paciência.
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