Era fácil odiar Kevorkian – para aos que pertencem à maioria dos que fecham os olhos para a agonia alheia.
Era fácil admirar Kevorkian – dentre os que pelo menos se questionam se há maneiras menos difíceis de suportar um sofrimento sem volta.
Era mais fácil ainda ignorar Kevorkian – porque seu metiê era simplesmente a desagradável morte.
E quem pensa na morte dos outros quando esta não lhe diz respeito só pode ser uma pessoa – para dizer o mínimo – “desagradável”.
Dr. Jack (como mostrou o filme “You Don’t Know Jack”, produzido para o canal HBO) foi pródigo em desafetos. Inimigos como a corte americana, a mídia e os religiosos não o assustavam mais do que seu inimigo número um, as doenças incuráveis, aquelas para as quais a Medicina não pode oferecer mais do que o adicional tormento dos cuidados paliativos.
“Dr. Morte” não propunha a fuga. Propunha o descanso. Não advogava a desistência. Queria o reconhecimento dos limites da profissão médica.
Expôs as feridas e queria que todos tivéssemos a coragem de olhar pra elas.
E nisso se envolveu até o pescoço.
Ou até quase perdê-lo.
“A grande diferença entre o médico e Deus é que Deus nunca tem a pretensão de ser médico”.
Dr. Martin Winckler, médico e escritor francês
Era fácil admirar Kevorkian – dentre os que pelo menos se questionam se há maneiras menos difíceis de suportar um sofrimento sem volta.
Era mais fácil ainda ignorar Kevorkian – porque seu metiê era simplesmente a desagradável morte.
E quem pensa na morte dos outros quando esta não lhe diz respeito só pode ser uma pessoa – para dizer o mínimo – “desagradável”.
Dr. Jack (como mostrou o filme “You Don’t Know Jack”, produzido para o canal HBO) foi pródigo em desafetos. Inimigos como a corte americana, a mídia e os religiosos não o assustavam mais do que seu inimigo número um, as doenças incuráveis, aquelas para as quais a Medicina não pode oferecer mais do que o adicional tormento dos cuidados paliativos.
“Dr. Morte” não propunha a fuga. Propunha o descanso. Não advogava a desistência. Queria o reconhecimento dos limites da profissão médica.
Expôs as feridas e queria que todos tivéssemos a coragem de olhar pra elas.
E nisso se envolveu até o pescoço.
Ou até quase perdê-lo.
“A grande diferença entre o médico e Deus é que Deus nunca tem a pretensão de ser médico”.
Dr. Martin Winckler, médico e escritor francês