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17 de junho de 2008

Calcanhar Daqueles


Três curiosidades que mostram o quanto pais podem ser não sabedores (para não dizer ignorantes, para não ofender) sobre o teste do pezinho (“Teste do pezinho, o que é isso?”, perguntarão alguns, mas aí já é demais!):
A primeira não é pra se fazer nada com ela:
Quando os pais vêm mostrar aos pediatras o resultado do exame, já podem, de cara, ficar tranqüilos: exames simplesmente entregues aos pais significa que estão normais (casos anormais fazem com que os pais sejam rapidamente avisados – em questão de no máximo poucos dias – para procederem a nova coleta).
Segunda curiosidade (também apenas curiosidade): a maioria dos pais nem tenta decifrar os números constantes no exame (por, segundo eles, “não entenderem nada”). Isto mostra nosso nível educacional (ou de “preguiça mental”, digamos assim*). A constatação da normalidade pode ser feita (pelo menos em termos numéricos) com uma simples noção de intervalo: se o resultado daquela criança se situa dentro do intervalo de normalidade fornecida pelo laboratório (mas, claro, nós pediatras é que “somos pagos pra isso”, no problem).
E o último, mas mais importante:
Uma grande parte dos pais costuma achar que um teste do pezinho normal significa um atestado contra problemas mentais. Aí, sim, mora o perigo! A normalidade do teste do pezinho mais comum, realizado pelo SUS, afasta – e não de forma definitiva – a possibilidade de duas doenças mentais tratáveis, apenas: a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito. E ponto final. Embora de enorme importância, não fala mais nada em relação a uma grande quantidade de outras causas de retardo.

* Sabe aquela do “Garfield, por que é que você está de olhos fechados?” “É que eu estava no meio de uma piscada e... perdi o interesse.”

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