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1 de fevereiro de 2008

Com a Maioria


Não que eu deseje mal a você, mas o vírus do herpes é meio como aquela manjada propaganda:
“Você ainda vai ter um!”
60% das pessoas no mundo albergam o HSV-1 (o vírus mais associado com o herpes labial).
Ao se atingir os 50 anos, a fatia da população que o terá contraído chega a quase 90%!
-O que é pior, “pegar” o HSV-1 (labial) ou o HSV-2 (genital)?
Em termos de riscos sérios, aparentemente é melhor (menos pior) “pegar” o HSV-2.
Por dois motivos principais: primeiro, o tipo 1 está mais perto do cérebro (aloja-se normalmente no nervo trigeminal, e por ali fica “de bobeira”, esperando brechas da imunidade para se reativar).
Embora a encefalite (inflamação do tecido cerebral) pelo vírus do herpes não seja assim tão comum, é de evolução grave (alta mortalidade e seqüelas) e é, na grande maioria, provocado pelo vírus tipo 1 (principalmente na infecção inicial, ainda que em 80% dos casos de encefalite não haja lesões labiais).
Além disso, a infecção inicial pelo tipo 2, o herpes genital, confere proteção contra infecção pelo tipo 1 (senão sempre, pelo menos quase sempre – ainda há alguma controvérsia*).
Outra curiosidade da biologia deste bichinho:
O vírus do tipo 1 pode – e frequentemente o faz – “descer” para genitais (por exemplo, através do sexo oral). O caminho contrário (o tipo 2 “subir”, causar lesões orais da mesma forma) é muito mais raro. Sexo oral, então, com parceiro que tenha lesão genital pelo tipo 2 é muito menos arriscado do que entre parceiros em que um deles tenha lesão oral (ainda que os tipos localizados fora do seu local habitual sejam menos agressivos – o que faz aumentar as chances do tipo 1 localizado em genital passar meio despercebido**).
Mais uma:
Há algum tempo atrás se acreditava que as lesões genitais apareciam após um período de incubação de 2 semanas mais ou menos fixo (período de incubação: período entre o contágio e o aparecimento de lesões). Isso gerava muitas acusações de infidelidade, várias delas injustificadas. Hoje se sabe que entre o contágio e o aparecimento das lesões podem se passar até vários anos.
* Quase que dá pra dizer: “Se você nunca teve herpes labial (tipo 1, na idade adulta talvez a minoria das pessoas), vá e pegue logo uma genital (tipo 2), e seja feliz! (lógico que isso não é recomendação que se dê a ninguém...)
** Já deu, então, pra perceber: se você tem um herpes genital muito “chato”, provavelmente é pelo vírus tipo 2, mesmo.

Obs.: veja como são insondáveis os mistérios das doenças: um simples vírus da herpes na primeira infecção (nem sempre se consegue saber quem passou) pode causar desde uma banal estomatite nas crianças (muito incômoda por uma semana, mas muito benigna) até uma grave encefalite (mesmo sem lesão visível).

Falando nissos,
Como é que um bêbado termina com uma relação incestuosa?
Essa é fácil:
usando um incesticida.

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