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18 de dezembro de 2007

Para Cima ou Para Baixo


Você provavelmente conhece o tipo:
Um jovem de intelecto brilhante, com sucesso acadêmico acima da média, muitas vezes meio malucão, que – a partir de certo momento – fica mais malucão ainda. Começa a usar drogas, ou beber demais, ou a ter comportamentos compulsivos ou a ficar inconveniente para amigos e familiares.
Este é o sujeito com bipolaridade mais ou menos típica (ou com transtorno bipolar - a antigamente chamada psicose maníaco-depressiva). Bipolar porque alterna – mas nem sempre – entre dois pólos: o da mania (emoções exacerbadas “para cima”) e o da depressão (emoções “para baixo”).
Sua freqüência é estimada em 2% da população adulta (metade destes casos já se apresenta na adolescência e, em muitos destes, indícios importantes podem estar presentes mesmo na própria infância – normalmente os de evolução mais séria).
Veja que 2% não é pouco. Mas também não chega a ser o exagero que às vezes se pretende em algumas publicações.
Há, no entanto, na literatura médica, uma “nova” categoria, os chamados bipolares subsindrômicos. São justamente aquelas pessoas com alternância de humores mais leves, em que persiste a dúvida se vale a pena o tratamento com medicamentos, por exemplo. Chegam a 5% da população. Estes pacientes normalmente têm história familiar de problemas psiquiátricos e apresentam associação freqüente de outros comportamentos “anormais” (principalmente anti-social e/ou os chamados transtornos de personalidade borderline).
O recado mais importante para os pais é que, não importa o nome que se dê, crianças e adolescentes que mostrem sintomas afetivos em excesso (irritabilidade, crises de birra além do aceitável, pensamentos obsessivos, grande intolerância a frustrações, sono excessivo ou muito pouco sono, desafio freqüente das autoridades, idéias demasiadamente grandiosas, etc.) devem ser vigiados de perto pelos seus cuidadores (e os pais devem estar receptivos para avaliações psicológicas ou psiquiátricas, bem como devem informar-se sobre o assunto).

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