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4 de dezembro de 2007

Da Suíça, Direto



Brilhante a entrevista do cientista e imunologista suíço Rolf Zinkernagel (o da direita na foto), Nobel de Medicina de 1996 (juntamente com Peter Doherty – o da esquerda) no site médico Medscape. Como é um site “fechado”, vou dar uma baita resumida no que o cara disse. Sente, prepare-se.
Segundo ele, epidemias “novas” como as do HIV, do SARS, da tuberculose resistente, do vírus Ebola só têm aparecido pelo fato de que a ciência nos fez viver muito mais do que “deveríamos”.
Biologicamente, o ser humano foi feito para se reproduzir até por volta dos 20 a 25 anos de idade e, após isso, “babau”: morrer! Como não é o que acontece, continuaremos a sofrer com novas doenças infecciosas, cânceres e doenças auto-imunes (como a artrite, o lúpus, o diabete, os problemas de tireóide, etc.), não importa o quanto a ciência avance.
Não por isso devemos nos conformar, claro. Porém, no caso da AIDS, a posição do Dr. “Zink” (não contem que eu já peguei intimidade com ele) é clara:
Sua aposta é de que o vírus HIV vai – infelizmente num prazo de algumas centenas de anos – se adaptar ao sistema imunológico humano (como já o fez o vírus HIV-2) e, a partir daí, tornar-se-á um conviva, pouco agressivo, nos moldes do vírus da herpes. Não é do “interesse” do vírus matar seu hospedeiro. A tentativa de erradicá-lo, devido a sua grande capacidade de mutação, segundo ele, somente piorará o problema. Até lá, só nos resta manter o controle sobre o sangue utilizado em transfusões e evitar o sexo desprotegido.
“Zink” diz que, de longe, o grande problema da saúde mundial é o próprio comportamento humano. Palavras dele:
“Se nós não fumássemos, não comêssemos em excesso e não bebêssemos em excesso, não teríamos a maioria dos problemas de saúde, em primeiro lugar. Nós todos somos excessivamente estúpidos no que diz respeito ao nosso próprio bem-estar. Quanto mais cedo percebermos isto, mais cedo seremos capazes de nos salvar.”

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