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5 de junho de 2007

Pano Pra... Maracujá


“Óia, minina: os critério varia, os remédio às veis fais mais mar do que bem (vide ocê o Kurt Cobain!*), tem gente que fala que o pobrema nem siquer iziste!..”
Essa é a situação caótica em que vive o TDAH (transtorno do déficit de atenção – hiperatividade).
Deu ontem, no Hoje (jornal da Rede Globo): pesquisa “fresquinha” publicada neste mês por um grupo de médicos brasileiros num dos periódicos de psiquiatria mais respeitados do planeta definiu a incidência mundial da doença: ± 5%. Pronto! Com pequenas variações, é este o número que nós devemos ter em mente: cerca de 5% das crianças devem estar sofrendo do transtorno (não deve ser chamado de doença) no mundo inteiro.
Dois pontos são mais doídos na polêmica: a rotulação das crianças (além disso, ao que parece, uma enormidade delas são inapropriadamente diagnosticadas como tendo o problema e outro tanto tem realmente o transtorno e são sub-medicadas) e o principal medicamento usado para o controle (o metilfenidato, a Ritalina ®, um psicoestimulante que, contrário ao efeito que dele se esperaria, modula o comportamento dos pequenos “agitados”): há poucos estudos de longo prazo sobre seus efeitos e muitos deles podem ser muito sérios (vão desde dependência e depressão a problemas cardíacos).
Então, o que interessa mesmo na área da Pediatria é o correto encaminhamento dos casos suspeitos e o aconselhamento no caso das crianças apenas ativas (embora nós, assim como os pais, nos damos o direito de dar pitacos quando percebemos exageros por parte dos psiquiatras, claro).
*Diz-se, em muitas das inúmeras biografias de Kurt Cobain, que ele deve sua trágica trajetória – que culminou com seu suicídio aos 27 anos – ao efeito da Ritalina (iniciada aos 7 anos), o que certamente é, pelo menos, um exagero. Esquece-se aí da genética, da infância insegura, das dúvidas sobre sua sexualidade, da relação tempestuosa de seus pais, do casamento mais tempestuoso ainda com a “roqueira” Courtney Love, das incertezas e angústias da sua carreira artística, etc, etc.

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