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16 de fevereiro de 2007

Sentido


Nesta quinta-feira, véspera de carnaval, minha querida mãe deixou de se preocupar com agulhas, exames, mudanças de posturas. Deixou de se incomodar com necessidade de alimentos, convênios, andares, corredores, sondas e canos. Parou de prestar atenção em aparelhos, em números, em estatísticas. Não se encomoda (é, não se “encomoda”, mesmo) mais com erros ou acertos. Dispensa agora o insistente aviso das dores, quer sejam elas físicas ou da alma.

Ela, então, num amplo sentido (assim como todos os que partiram), não “apenas” morreu,
Ela evoluiu.
E agora fico mais feliz, pois posso visitá-la em qualquer canto do planeta
A qualquer hora.

Sobrevida: um dos conceitos mais difíceis de se lidar na Medicina. Deram-nos seis meses. Ganhamos seis anos. E ainda nos pareceu pouco. Percebemos, no entanto, seu duro significado: estamos todos em sobrevida.

“Chore um pouco, e logo pare”, ela nos ordenava.
Temos obedecido. A cada hora.

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