Com raras exceções, nossas propagandas de cerveja – com seu desfile sexista de bundas e praias* (aparentemente a única forma de se atingir o suposto debilóide consumidor brasileiro jovem e bebedor de cerveja) - parecem direcionadas a um público há algum tempo já sob efeito do álcool: sem o mínimo critério. E tome Zeca Pagodinho!
O melhor comercial de cerveja que vi até hoje (e não era anti-álcool!) retratava um típico bebedor: à medida que ia enchendo a cara num bar quase solitário via a moça à sua frente se transformando de uma modelo de recato numa vampe despudorada. Até que, no último gole, a princesa se transforma num homem. É quando o rapaz pede mais uma rodada. Ao fundo, um som de violino progressivamente distorcido.
É óbvio que a publicidade não é criada ao acaso. Há por trás dela toda uma reflexão da sociedade. Se você não é mais jovem – meio como eu – imagine-se como um jovem tentando se manter (não importam os motivos ou princípios) um abstêmio.
Embora não seja verdade – inconveniência, “brilhantismo” e sem-vergonhice se consegue também de cara limpa, com muito menos riscos de acidentes de toda forma – fica-se com uma incômoda impressão de não se estar “participando da festa”.
*Louváveis exceções recentes foram as propagandas do telefone sem fio da Bavária e da geladeira que dá choque, da Skol.
O melhor comercial de cerveja que vi até hoje (e não era anti-álcool!) retratava um típico bebedor: à medida que ia enchendo a cara num bar quase solitário via a moça à sua frente se transformando de uma modelo de recato numa vampe despudorada. Até que, no último gole, a princesa se transforma num homem. É quando o rapaz pede mais uma rodada. Ao fundo, um som de violino progressivamente distorcido.
É óbvio que a publicidade não é criada ao acaso. Há por trás dela toda uma reflexão da sociedade. Se você não é mais jovem – meio como eu – imagine-se como um jovem tentando se manter (não importam os motivos ou princípios) um abstêmio.
Embora não seja verdade – inconveniência, “brilhantismo” e sem-vergonhice se consegue também de cara limpa, com muito menos riscos de acidentes de toda forma – fica-se com uma incômoda impressão de não se estar “participando da festa”.
*Louváveis exceções recentes foram as propagandas do telefone sem fio da Bavária e da geladeira que dá choque, da Skol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário