A imagem evocada é toda ela inocente: nossas mães, preocupadas, passando aquela geleinha gelada de cheiro forte nos nossos peitos quando estávamos pra baixo.
“Remédios” (notem as aspas) como O Vick VapoRub® * têm o enorme poder de atravessar gerações justamente por isto. São um símbolo. Símbolo dos cuidados maternos, símbolo de odor marcante. Mas que, na melhor das hipóteses, não servem para nada.
Analisemos dois dos principais ingredientes (outros, como mentol, óleo de eucalipto e petrolato são parte do fetiche):
Terebintina: sintetizado da resina do Pinus, usada como solvente de tintas e na fabricação de vernizes. Pode provocar, quando inalado, salivação, fraqueza, incoordenação motora, sangramento nasal, convulsões, irritação das mucosas respiratórias, tosse, esforço respiratório (que pode não ser aparente até após várias horas do uso).
Cânfora: “parente” da terebintina, originalmente extraído da canforeira, usado como repelente de mariposas, é o que dá a sensação de “geladinho” (juntamente com o mentol). É rapidamente absorvido e produz alterações no sistema nervoso que vão de confusão mental (por este motivo o Vick tem sido usado associado ao ecstasy, para potencializar o “barato”) até convulsões. Sintomas respiratórios vão desde irritação de mucosas até a parada respiratória. A FDA (Foods and Drugs Admnistration, órgão governamental americano em última análise responsável pela liberação das medicações para o mundo inteiro, faz mais uma “vistinha grossa”** para a comercialização de produtos com cânfora, embora “desencoraje fortemente” o seu uso).
E tem gente (muita gente) que tem a “coragem” (leia-se ignorância, claro) de usar produtos semelhantes, como o Transpulmin®, na forma de supositório (a mucosa retal, por irritação provocada por tais substâncias, produz e elimina secreção mucosa, semelhante ao “catarro do peito”, o que dá a aparência de que o “remédio” realmente funciona). E, mais: a Pfizer, outra tremenda multinacional, acaba de lançar nos E.U.A. um "aparelhinho de parede" tipo Baygon para que as crianças durmam felizes com seus narizes mentolados e canforados!
*Fabricado pela poderosíssima Procter & Gamble, que desde o ano passado (graças às nossas preocupadas mamães) teve força suficiente para adquirir a Gillette, e que, dentre outras marcas é detentora da Braun (produtos de higiene e cozinha), Duracell, Oral-B, Pringles e Tampax.
** Como qualquer órgão com este poder, a FDA, dizem, tem seus corredores abarrotados de lobistas (taí uma ótima profissão para o seu filho, caso ele tenha muito cérebro e pouca consciência).
“Remédios” (notem as aspas) como O Vick VapoRub® * têm o enorme poder de atravessar gerações justamente por isto. São um símbolo. Símbolo dos cuidados maternos, símbolo de odor marcante. Mas que, na melhor das hipóteses, não servem para nada.
Analisemos dois dos principais ingredientes (outros, como mentol, óleo de eucalipto e petrolato são parte do fetiche):
Terebintina: sintetizado da resina do Pinus, usada como solvente de tintas e na fabricação de vernizes. Pode provocar, quando inalado, salivação, fraqueza, incoordenação motora, sangramento nasal, convulsões, irritação das mucosas respiratórias, tosse, esforço respiratório (que pode não ser aparente até após várias horas do uso).
Cânfora: “parente” da terebintina, originalmente extraído da canforeira, usado como repelente de mariposas, é o que dá a sensação de “geladinho” (juntamente com o mentol). É rapidamente absorvido e produz alterações no sistema nervoso que vão de confusão mental (por este motivo o Vick tem sido usado associado ao ecstasy, para potencializar o “barato”) até convulsões. Sintomas respiratórios vão desde irritação de mucosas até a parada respiratória. A FDA (Foods and Drugs Admnistration, órgão governamental americano em última análise responsável pela liberação das medicações para o mundo inteiro, faz mais uma “vistinha grossa”** para a comercialização de produtos com cânfora, embora “desencoraje fortemente” o seu uso).
E tem gente (muita gente) que tem a “coragem” (leia-se ignorância, claro) de usar produtos semelhantes, como o Transpulmin®, na forma de supositório (a mucosa retal, por irritação provocada por tais substâncias, produz e elimina secreção mucosa, semelhante ao “catarro do peito”, o que dá a aparência de que o “remédio” realmente funciona). E, mais: a Pfizer, outra tremenda multinacional, acaba de lançar nos E.U.A. um "aparelhinho de parede" tipo Baygon para que as crianças durmam felizes com seus narizes mentolados e canforados!
*Fabricado pela poderosíssima Procter & Gamble, que desde o ano passado (graças às nossas preocupadas mamães) teve força suficiente para adquirir a Gillette, e que, dentre outras marcas é detentora da Braun (produtos de higiene e cozinha), Duracell, Oral-B, Pringles e Tampax.
** Como qualquer órgão com este poder, a FDA, dizem, tem seus corredores abarrotados de lobistas (taí uma ótima profissão para o seu filho, caso ele tenha muito cérebro e pouca consciência).
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