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27 de fevereiro de 2009

Guiado


Durante uma determinada aula de determinado curso, a mestra, olhos arregalados como quem anuncia o fim do mundo, disse:
“Se alguém pensa que no mundo atual ainda é capaz de fazer escolhas está redondamente* enganado”.
A afirmação ficou ecoando (“escolhas... escolhas... escolhas... enganado... enganado... enganado...”) na minha cabeça.
Minha reação imediata foi pensar “Que é isso? Eu faço, sim, escolhas o tempo todo!”
Comecei a pensar nelas.
Creme dental, suco de laranja, refrigerante, aparelho de TV, canal da TV, roupa, sapato...
E aí, mais: jeito de vestir, maneira de andar, maneira de pensar, o que pensar, maneira de agir.
Escolhas como consumidor, escolhas como cidadão político, atitudes ecológicas, atitudes anti-ecológicas. No trânsito, no trabalho, no lazer...
É. Ela tinha razão.
E aí, as outras perguntas:
Desde quando perdemos esta capacidade? Há como reverter? (essa eu mesmo já respondo: um sonoro não) Devemos nos preocupar muito com isso? Tem esse fato a ver com a maluquice do mundo atual? (também já respondo: sonoro sim!)

(*mestra patrocinada pela Skol?)

Quem Quer Ser Enganado?

E aí o
Oscar (esses Óscar!...) tem sido mais uma prova do assunto acima.
Neste ano: antes do Oscar, salas vazias para “
Quem Quer Ser Um Milionário?”. No dia seguinte, lotado.
Na última década a “Academia” tem sido gentilíssima com continentes outrora fora da festa. Se era pra dar prêmio pra plasticidade da miséria e da violência, já teríamos merecido muito mais, com filmes menos idiotas do que o indiano banhado por estatuetas (como “
Cidade de Deus”, por exemplo).
Mas... com a universalização da indústria do entretenimento, alguém aí duvida de que nossa hora também vai chegar?

(perguntar não ofende: por que é que o
Zezé de Camargo está fazendo um vilão tão assustador?)

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