"Morro num país tropical..."
É. Na verdade, na música do Jorge Ben (hoje Jor) é "moro".
Mas com as notícias sobre a febre amarela andamos com a velha sensação de vulnerabilidade ainda mais aflorada.
Quando eu, você, nós todos ouvimos falar em febre amarela, pensamos em quê?
Pelas notícias televisivas - que é o que, em última análise, abastece o povo de informação - se percebe o seguinte:
É, voltou. Era uma doença de um passado meio distante - de "Dons João" e "Dons Pedro" - mas agora voltou. O que aconteceu? Falha de quem ou do quê? Mas... tem vacina pra isso, né? Então é só vacinar a moçada e fim de papo!
Febre amarela (assim como a dengue) depende de uma palavrinha básica: vetor. Tem vetor (nesse caso, mosquitos) tem febre amarela e tem dengue (e esquistossomose, e leishmaniose...)
Então o que falha em termos de controle (ou pelo menos, em termos de esforços para controle) é sobre o vetor, uma porcariazinha de mosquito. Que, tudo bem, gosta mesmo - como o músico - é de um país tropical, com florestas e clima quente.
Mas, gente, a notícia é a mesma desde o descobrimento do Brasil! Não dá pra dizer que a gente não sabia.
E a vacina?
A vacina é (ou deveria ser) exceção. Para um ou outro.
De novo, pelo noticiário parece que é assim que se acaba com doença tropical.
Posso parecer exagerado, mas o combate ao mosquito* deveria ser nos moldes dos cartazes dos bandidos procurados dos antigos filmes de faroeste. E oferecendo recompensa.
(*Febre amarela é endêmica no Brasil. Significa que sempre haverá uma quantidade x de casos. Embora a presença do mosquito Aedes - originalmente transmissor da dengue, mas que "dá carona" à febre amarela nas cidades - complique o problema, o alarme com a doença é típica dos tempos modernos: é mais uma doença de excesso de mídia. Lembra da cólera de alguns anos atrás?)
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