Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

15 de dezembro de 2006

Nas Medidas, o Possível



A grande maioria das pessoas (senão todas) que nos procura para tratar de crianças obesas imagina que vamos – em tom professoral – dizer para elas, as crianças:
-Coma menos, viu?
-Exercite-se mais, viu?
Claro que todos sabem que alimentação mais equilibrada e exercícios físicos são importantes para evitar o excesso de peso. Mas, para ouvirem isso, não precisam ir ao médico! (ou precisam?)
O que nós devemos fazer é analisar cada caso, cada história do ganho de peso de forma individualizada pois – principalmente na infância – os obesos não são (como na piadinha preconceituosa dos japoneses) “todos iguais”!
A grande maioria das pessoas (pais de obesos, inclusive) olha para as pessoas com excesso de peso com cara de “veja, é preguiçoso!”, ou então: “não tem força de vontade!”.
Ninguém escolhe engordar demais (pelo menos não de forma consciente), ninguém escolhe ter todo um complexo metabolismo que conspira para uma economia de energia, ninguém escolhe ter aversão a exercícios físicos. Assim também, ninguém escolheria sofrer enormes preconceitos por toda a vida por ser obeso.
Há casos de obesidade em que, “feitas as contas”, não nos sobra muito com o que nos preocuparmos. Há outros, no entanto (e talvez não sejam tão poucos), para os quais a Medicina ainda tem muito pouco a oferecer. A boa notícia é que ela, devagarzinho, vai chegar lá.
Até lá, façamos o que é possível fazer. Um grande primeiro passo é enxergar os obesos com olhos menos preconceituosos.
Ou você, quando avista uma pessoa calva na rua pensa com desprezo: “Esse aí, ó, não gosta de cabelo!”

Nenhum comentário: