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29 de dezembro de 2006

Adeus Às Armas?



Fui, na infância, um assassino sanguinário.
Acompanhado de meus queridos amigos nas trincheiras de trás de casa (valas de esgoto que felizmente demoraram a serem concluídas), matei centenas, milhares de soldados inimigos com armas que disparavam barulhentos tiros de espoleta. Quando as armas não eram suficientes, granadas de barro completavam o serviço sujo - literalmente.
Hoje, dublê de “militar” e “cowboy” aposentado, ando muito sossegado. Ainda perco a paciência no trânsito (muito mais do que gostaria), ainda reclamo de filas demoradas, tenho um ou outro entrevero por qualquer banal motivo. Mas nunca me passou pela cabeça voltar a empunhar uma arma.
Daí o meu lamento quando vejo pais horrorizados com a possibilidade politicamente incorreta de seus filhos (do sexo masculino, principalmente) ganharem armas de presente de Natal*.
Tudo bem: bolas, carrinhos, bicicletas, etc. também dão vazão à energia agressiva natural dos meninos e meninas. No entanto - sei que muitos vão discordar - nada se comparava ao inocente prazer de “estourar alguns miolos”.
Obs.: claro que tudo depende do contexto. Também me causa arrepios ver uma arma de brinquedo nas mãos de crianças provenientes de lares desajustados ou em classes sociais (ou cidades) onde armas sejam um grande problema.
* No Natal passado cheguei a pensar em levar uma metralhadora pro meu sobrinho, contrabandeada dentro de um cavalinho de pelúcia. Fui logo rechaçado pelos adultos de verdade.

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