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15 de setembro de 2006

Na Raiz


Perdoem-me pela péssima comparação.
Mas, em entrevista recente no “Sem Fronteiras” do canal Globonews, uma cientista política de Harvard propôs a solução para o combate ao terrorismo: crie-se um factóide qualquer e anuncie que a guerra está ganha. A partir daí, não dêem mais bola para eles.
O método didático da ignorância (no bom sentido).
O mesmo método que tentamos aconselhar às mães na lida com seus pequenos “terroristas” domésticos nas suas “crises de birra”.
Funcionará?
Quando bem aplicado, não há alternativa.
Saiu de onde a idéia?
Por coincidência, de uma mulher.
Quase sem testosterona. E, provavelmente, mãe.

12 de setembro de 2006

Ah é, é?


Vim para confundir, não para explicar.
Assim parece ser com o estudo divulgado na edição de abril deste ano no Pediatrics a respeito do papel dos alérgenos (todo agente capaz de produzir alergia) domésticos em crianças asmáticas.
Diz lá mais ou menos o seguinte:
Não importa o quanto as crianças alérgicas (asmáticas, neste caso) se exponham dentro de casa a alérgenos como fumaça de cigarro, restos de cocô de barata e mofo, sua incidência de crises de asma vai ser igual à daquelas que vivem em ambientes totalmente “clean”.
Isto não deveria soar como novidade, no entanto, visto que as crises asmáticas têm nos alérgenos apenas um (importante, é verdade) fator, dentre muitos (como uso correto de medicações, perfil psicológico do paciente, nível de atividade física, exposição a fatores não-alergênicos como o ar frio, alimentos e os próprios medicamentos, etc.).

8 de setembro de 2006

Cidade


Observo da janela do meu apartamento uma cidade inteira desenhada com giz colorido no cimento cru da entrada da garagem da casa ao lado. Projeto da autoria de três ou quatro meninas da faixa dos 7 a 8 anos, creio.
Há na cidade:
Três (isso mesmo, três!) pet-shops. Um para cada uma das meninas, ao que parece, pois cada um tem um nome feminino na placa desenhada.
Várias vagas de estacionamento (onde se lê vários: “reservado”).
Um intrincado sistema viário.
Três casas, sendo que apenas uma mansão (no centro da qual está uma enorme cama, próximo a um sofá – sei que é um sofá, pois está escrito que é um).
Bosques recheados com árvores por todos os lados. Talvez haja um mar por ali, visto que há ondas em giz azul.
E, me parece que seja o item principal, um parquinho, bem na entrada da cidade onde está escrito: Bem Vindo (sem hífen, pra que serve um hífen, afinal de contas?).
É isso: são todos, a princípio, bem-vindos ali.
Fiquei, então, imaginando onde faria compras. Poderia passar algum tempo a base de ração. E se ficasse doente? Claro, remédios, agulhas e seringas não devem faltar num pet-shop. Cabeleireiro, também (vejo muito poodles com cortes im-pe-cá-veis).
Um projeto acabado de urbanismo. Ao custo módico de algumas barras de giz. Uma cidade tão perfeita quanto efêmera. Ruirá à primeira chuva mais forte. Ou com as marcas de pneus.
Ou, ainda mais tragicamente, com a perda da inocência das arquitetas.

5 de setembro de 2006

Tudo Conservantes no Quartel d'Abrantes


Neste bimestre uma revista regional de pediatria (Pediatria A Dia) apresenta uma entrevista com o alergologista brasiliense Wellington G. Borges sobre os aditivos alimentares.
Ensina-nos ele:
Por ano, um homem adulto consome em torno de 70 kg (outro homem, então) em aditivos alimentares (preservativos, emulsificantes, estabilizantes, acidulantes, corantes e outros “antes”)!
A FDA (Foods and Drugs Administration, nem sempre uma salvaguarda da nossa saúde, mas a melhor que temos) tem mais de 3000 aditivos alimentares aprovados para uso e outros 20.000 que são classificados como “geralmente seguros”.
Os aditivos, ao contrário do que se acredita, são realmente seguros para o consumo, apresentando incidência muito pequena de reações adversas no organismo humano.
Nos medicamentos é que a coisa pega: diferente dos alimentos, os aditivos são os componentes principais (embora ainda assim possam ser considerados seguros na maioria das vezes).
As reações aos aditivos podem ser de várias naturezas: alérgicas, farmacológicas, químicas, psicológicas e imunológicas (todas relativamente pouco freqüentes).
E, por último: não há qualquer fundamento científico em se tentar retirar corantes da dieta de crianças que tenham apresentado algum episódio de urticária aguda (urticárias podem ter várias causas, muitas difíceis de se comprovar; além disto, estas dietas vão criar muitas dificuldades e estigmas para a criança).

1 de setembro de 2006

Desbocado


É verdade o que diz o ditado alemão: “aftasardem, hemorroidasidem”.
As estomatites (“inflamações da boca”) aftosas, então, são doenças que, apesar de benignas, incomodam muito. Curam espontaneamente em torno de 10 a 14 dias, mas até lá, dificultam a alimentação da criança e causam sofrimento (é um dos problemas que mais fazem pais voltarem para que o médico “ache alguma solução”).
Já as estomatites herpéticas (primeira infecção pelo vírus do herpes – labial, normalmente) podem se parecer com as estomatites aftosas. Têm como grande diferença clínica a inflamação das gengivas, que podem ficar sangrantes. Após tempo variável (que pode ser de anos) vão causar o herpes labial. Também costumam curar sozinhas (e incomodar muito).