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20 de maio de 2016

Mal Mau de Ibope


Vejo muita gente ficar muito preocupada com doencinhas o tempo todo (ainda que, claro, qualquer cisco no olho de nós próprios é motivo para nos preocuparmos com nossa doença mais do que a "doença dos outros", mas o pessoal exagera). 
Sempre me causou espécie a despreocupação quase generalizada com a tuberculose.
Nessa semana, em artigo no New York Times, um pediatra sul-africano ele mesmo tratado da tuberculose mandou o seguinte parágrafo:


"Today we have an ineffective TB vaccine, insufficient diagnosis tools, TB drugs with pernicious side effects, a growing problem of bacterial resistance to current treatments, and an inexplicable lack of urgency, even though one-third of the planet's population is infected by TB, according to the Centers for Disease Control and Prevention. Some 9,6 million people worldwide became ill with the disease in 2014, and 1,5 million people died. Where is the reflection of this reality in research priorities and overlying policies?"

("Ainda hoje, temos uma vacina inefetiva para a tuberculose (nossa BCG, vacina que na melhor das hipóteses previne formas graves de tuberculose nas crianças, mas que não evita absolutamente a doença - nota minha), meios diagnósticos insuficientes, medicações com efeitos colaterais perniciosos, um problema crescente de resistência bacteriana aos tratamentos atuais e uma inexplicável ausência de urgência, ainda que 1/3 da população mundial esteja infectada pela tuberculose, de acordo com o Centro para a Prevenção e Controle de Doenças (CDC). Perto de 9,6 milhões de pessoas no mundo tornaram-se doentes de tuberculose em 2014, e 1,5 milhão de pessoas morreram. Onde está o reflexo desta realidade nas prioridades de pesquisas e políticas públicas?")

Não há o que tirar nem pôr. É mesmo inacreditável. Se você, como eu, não passou pelo susto da tuberculose, provavelmente leu essas cifras e informações e amanhã já terá esquecido. Mas se queremos eleger uma doença com a qual nos preocupar, taí uma excelentíssima escolha.

Já havia exposto aqui também o meu espanto com as prioridades em políticas públicas (gripe versus tuberculose, nesse caso) em 2010.