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18 de abril de 2014

Decepcionante


Quase todo dia a pergunta:
"Se tem febre é porque tem infecção, não é?"
Quase sempre é.
A partir daí, os necessários - imprescindíveis, ainda que meio cansativos - esclarecimentos:
O que é que você entende por "infecção"?
Se você, como a grande maioria, considera infecção a necessidade de antibióticos, está redondamente enganado(a).
Vírus não dão bola para antibióticos. Essa conversa de amoxicilinas e etc. não é com eles. Ainda que as complicações das doenças provocadas por vírus melhorem, aí sim, com seu uso, mas... valem os riscos?
Em crianças, principalmente as pequenas, os vírus são de longe os agentes mais comumente causadores de doenças febris. Portanto, nada de antibiótico!
As infecções por vírus, ainda que muito mais frequentes, não têm grande "ibope" com os pacientes ou seus pais.
E por que?
Dentre outros motivos, penso que porque tenhamos a tendência de achar um culpado para o banco dos réus a qualquer preço. É muito mais elegante comentarmos no trabalho que estamos com uma traqueobronquite ou uma sinusite (identificando um local que está doente), principalmente se tiver complemento (crônica, estridulosa, maxilar, etc.) do que uma "gripe" (em inglês, mais decepcionante ainda: flu!)
Mais ou menos como quando perguntam seu nome:
Muito melhor: Ernestino de Almeida Van Reistchkof do que "João", ponto!
Não tem status, percebe?
Mas não adianta: 
Crianças têm mesmo a toda hora é: resfriado. Gripe. Quer mais bonito? Faringite viral (uma simples e autolimitada inflamaçãozinha na garganta de origem viral)! No máximo: estomatite (Adivinha? Viral!). 
Na grande maioria coisa que faz o pediatra economizar papel (da receita).
Decepcionante!