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14 de junho de 2013

Tábuas de Salvação



Havia uma coisa chamada Ética.
Uma tábua de leis ditando as boas e desejáveis normas da atuação profissional.
E dentre estas normas, uma que dizia sobre a propaganda médica.
E, dentre outras coisas, "vedado ao profissional qualquer forma de veiculação em mídia sobre blá, blá, blá..." Muitos blás.
Coisa de um passado já aparentemente longinquo.
Dói, então, no ouvido de um Ancião - antigo Habitante de um antigo Tempo em que aquelas normas por algum motivo valiam - propagandas como a que ouvi casualmente no rádio do carro:
"Você sabia que mais de x% (não lembro os valores) das mulheres não atingem o orgasmo? (assim, no meio do trânsito, fazendo corar o sinal amarelo do semáforo à minha frente). E muitas dessas mulheres não atingem o orgasmo porque seus parceiros não têm condições ("envergadura moral" não foi, me parece, usado) de manter uma relação sexual prolongada. Mas a maioria desses problemas (que tipo de problema, chegar do trabalho cansado, mocreíce marital?) têm solução! Na clínica... (não vou citar o nome pois sou um dos Anciões - e depois, como bom Ancião, já esqueci mesmo) você terá o apoio de médicos capacitados..."
Peraí! (barulho de derrapagem na curva) Médicos? Com sobrenome e tudo (Capacitados)?
Primeiro desconstrói, depois tenta construir, na melhor das intenções.
Até mesmo o câmbio do meu carro (carro com câmbio, carro Ancião) se sentiu meio desmoralizado, pensou no tempo de marcha que suporta engatar, coisas assim.
E as tábuas, onde andam as tábuas, meu Deus?