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6 de maio de 2011

Bicho Raro



Já há 20 anos, quem anunciava que ia fazer pediatria ouvia um:
“Ce tem certeza?” ou um: “Quer ficar pobre?”
O dinheiro nunca foi um motivador para os que se decidiam a ser pediatras.
O genuíno prazer da lida com as crianças e o gosto pela ciência médica eram e deveriam continuar sendo os verdadeiros motivos da escolha.
Acontece que no dia a dia a coisa às vezes se desvirtua.
Há bocas para sustentar (no fogão aqui de casa são seis!).
Há a enorme pressão diária que a reportagem recente do Fantástico muito bem revelou.
Há a inevitável comparação com o ganho dos demais colegas de profissão.
Tem havido ainda uma gradativa desvalorização pela “medicina de especialidade”, a “medicina de shopping”, que faz com que pacientes decidam – na maioria das vezes erradamente – o que deve ser bom pra eles.
Vai ter volta?
Ainda acredito – acho que quero acreditar – na revalorização profissional, daqueles que ainda trabalham orientados mais pelo coração que pelo bolso.
Mas que o pediatra vai se tornando raro, isso vai.