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25 de fevereiro de 2011

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Há um fenômeno social acontecendo que muito me angustia. Não só enquanto médico, mas também enquanto alguém que tem por hábito a observação do ser humano.
Não sei se devido à mídia, às montantes ansiedades da vida, aos vazios interiores ou a isso tudo somado – ou a nada disso – as pessoas têm estado a cada dia mais ávidas por grandes palavras.
“Transtorno de estresse pós-traumático”.
“Síndrome das pernas irrequietas”.
“Espondilite anquilosante”.
Existam ou não (não é basicamente esta a questão), pacientes enchem a boca ao falar de seus diagnósticos. E não só deles. De como chegaram a eles, de quantos exames tiveram que fazer, de quantos médicos não descobriram seus verdadeiros males, de quanto...
Tornaram-se assim presas fáceis de corporações vinculadas à área da saúde, de médicos inescrupulosos, de laboratórios farmacêuticos que os vêm buscar na porta da casa (e levá-los de volta, que luxo!).
Se isso tudo, se essa avidez social por doenças e tratamentos não é ela mesma uma invasiva e quase invisível doença, então não sei o que é.