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12 de agosto de 2008

Ai! Testado...

Existem poucas coisas mais atravancadoras da profissão médica que o tal do atestado.
Quase todas as semanas assistimos ao teatro de pais que acordam indispostos ou com preguiça ou seja lá qual seja o motivo para não comparecer ao trabalho ajeitando seus pequenos cúmplices com as mais variadas queixas – muitas vezes irreais – para, no final da improdutiva consulta, largar o famoso:
“O senhor pode me dar um atestado?”
Isso quando não vem com os apêndices, piores ainda:
“Pra hoje e pra amanhã”, ou “Dá pra dar pra três dias?”.
Claro que temos a obrigação de fornecer declarações para os pais que precisam levar seus filhos aos médicos. Afinal, eles não podem – e não devem – ir sozinhos.
O que incomoda é o abuso. Atendo algumas mães que se somasse o tempo que me pedem de declaração trabalhariam uns cinco dias por mês!
Outro aspecto irritante é a inutilidade de muitas declarações solicitadas (aliada ao implícito perigo jurídico). Coisas como declaração de saúde para atividade física. Tá na lei. Temos que fazer. Mas é uma aberração da maneira que é feita.
Não há nada que garanta ao paciente que, atestado de saúde perfeita na mão – nos moldes em que é feito, não possa cair estatelado numa quadra de futebol ou vôlei. Um evento como este – raro, felizmente, na ordem de 1 para cada 200.000 praticantes/ano – é difícil de prever mesmo com os mais rigorosos testes.
Então pra que serve este tipo de atestado?
Se você pensou: para f... (de ferrar) o médico responsável e “tirar os demais da reta”, está absolutamente certo!
Então quem é mais culpado de uma fatalidade? Um médico que atestou a saúde ou um professor que faz um aluno correr uma maratona na aula de Educação Física?
Agora, o exame mais inútil de todos:
O atestado pra piscina!
Nesse, dá vontade de escrever:
"Atesto que Fulano de Tal, se jogado na piscina, não bóia"!

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