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2 de dezembro de 2016

Nunca "A Favor"


Não sou ninguém pra falar de aborto. Até porque minha lida é com os resultados de quem não abortou (as crianças, os anti-abortos por definição).
Parece, no entanto, que nós vamos caminhando para a "institucionalização" do aborto também. 
Claro que as coisas vão ainda demorar muito para acontecer da forma certa (forma certa lá fora é como tem que ser, diferente da nossa forma certa que é do jeito que dá e olha lá). Vão haver clínicas especializadas servindo ao SUS, vão ser atendidas na maternidade como nossos abortos "espontâneos" costumam ser, vamos ter uma especialidade obstétrica à parte? Sabe-se lá! Provavelmente uma mistura incompleta de tudo isso, como tudo aquilo mais é.
Como alguém que pensa mais do que crê também acho que em muita coisa pode melhorar a situação atual de mulheres que arriscam (e frequentemente perdem) suas vidas. Concordo com a definição de hipocrisia os preceitos religiosos sempre (e muitas vezes raivosamente) alegados.
Uma coisa, entretanto, me angustia:
Somos o país do otimismo sem motivo, do deixar pra depois, do não-vai-acontecer. Estamos num momento (que pode ser longo) muito vulnerável em termos de políticas públicas, de educação, de condição social e econômica, e etc.
E nessas situações, um aborto "anunciado, anistiado e facilitado" pode mesmo se transformar numa "pilulona do dia seguinte", do estímulo à irresponsabilidade (ou ao desestímulo à responsabilidade, como queiram). Temos sido assim em quase tudo: remediando mal o que poderíamos tranquilamente evitar. 

Poderemos (e até mesmo devemos) tentar. Mas ainda devemos refletir sobre.