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1 de setembro de 2015

No Começo Era O Verbo


"Tome isso aqui, que você vai ficar bão!" 
Há muito tempo não pode mais ser assim a informação do médico para o paciente. Nem deve ser o que o paciente espera do médico.
Não existe - ou quase - o "ficar bão". Nunca existiu. Mas parecia existir para nossos pais e avós. Quanto mais pra trás no tempo, mais parecia existir, pela simplicidade dos conceitos "curar", "adoecer", "medicar", etc.
Muitas das doenças que nos afligem vão exigir tratamentos que são (muito) imperfeitos - e também sempre foram. 
É por isso que os médicos devem (deveriam) explicar o que querem ao prescrever o tratamento, quais são as dificuldades de administração, noção de custo (caro, barato, pelo menos), e, muito importante, as opções.
O tremendo empecilho são os interesses de cada um: indústria (em primeiríssimo lugar), profissionais, e os interesses do próprio principal interessado, o paciente (que, claro, tem que ser levado em conta). 
Mas há outros. E dentre eles, a ignorância. 
Em matéria de farmacologia, de terapia, somos todos (profissionais de saúde e pacientes) mais ou menos ignorantes, não nos enganemos. 
O duro é a ignorância do be-a-ba, do não saber onde a coisa começa. Do ter, como costumo dizer, que explicar o começo do mundo. Neste caso, os resultados serão quase inevitavelmente ruins.