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14 de abril de 2015

Divida-me Em Pedaços, Doutor!


O que torna a consulta do paciente adulto difícil é, na maioria das vezes, a sua multiplicidade. Por exemplo, um paciente de meia-idade, diabético, hipertenso, com uma infecção pulmonar. Não por bactéria. Por fungo.
Percebe a encrenca? São vários os fatores a interferir no resultado final.
Na criança as coisas costumam ser mais simples - ainda que hajam muitas "encrencadas" de tenra idade.
Mesmo nas crianças que têm pouca história, no entanto, o trabalhoso costuma ser o seu intorno.
Só para ilustrar, imagina uma criança que vem à consulta com dor abdominal diária cujo pai de meia-idade é diabético, hipertenso e está tendo uma infecção pulmonar. Não por bactéria. Por fungo (é isso mesmo, é o paciente acima descrito).
Até que ponto essas dores da criança têm relação com o ver um pai doente? Até que ponto sua mãe pode estar de certa forma negligenciando os cuidados com o filho para cuidar da saúde do marido? Até que ponto o filho "criou" (ou mais comumente, amplificou) a dor para chamar atenção? E se a causa for orgânica (doença), até que ponto seus problemas vão interferir na saúde e nos cuidados dirigidos ao pai?
Pouca coisa é assim tão fácil quanto às vezes pode parecer.
E esse é um obstáculo importante e pouco valorizado às melhorias na qualidade dos serviços de saúde. Não é em emergências abarrotadas que os novelos costumam se desenrolar. Precisa tempo, recurso, boa vontade, vocação, estudo, paciência, consciência política, educação.


Demora. Pelo andar da carruagem, vai demorar.