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2 de março de 2012

Pacotaço

Em certos assuntos da saúde infantil, às vezes temos que falar mais claramente.
Quando nossos pequenos pacientes vêm aparecendo com depósitos de gordura espalhados pelo corpo (“pneuzinhos”, ainda que alguns sejam verdadeiros Michelins) deveríamos cumprimentar pais (e sociedade) dizendo:
“Parabéns, vocês acabam de ganhar um novo órgão!”
Mais ou menos como ter ganho um novo pâncreas, apenas que no caso do pâncreas, um órgão endócrino que joga a favor do organismo.
Os depósitos gordurosos não têm “cara” de órgão. Não têm cara de pâncreas, de supra-renal ou de tireóide.
Mas são!
Produzem hormônios, proporcionais ao seu volume. Hormônios que jogam contra o organismo, tendendo a perpetuar o excesso de peso, dificultando a ação da insulina (o que se chama de resistência insulínica, prévia do aparecimento da diabete tipo 2, com todas suas conseqüências), aumentando inclusive os níveis de hormônios causadores da fome (ou diminuição da saciedade).
Encaremos a pança de forma diferente (principalmente para aqueles que já foram mais magros, os gordinhos “não genéticos”). Cortemos esse excesso de bobagens que a sociedade de consumo entulha nossas crianças e adolescentes. E mexamo-nos. Não fiquemos com “peninha” (ah, é só um suquinho... ah, é só mais um danoninho!..., tadinho!).
Não há nada mais tadinho do que termos que iniciar tratamento insulínico para toda uma vida em crianças que por culpa da sociedade onde não escolheram para viver se tornam diabéticas!