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6 de outubro de 2009

Caracu*


A grande maioria de nós, ainda que não admitamos, age no dia a dia baseado num sistema de crenças e “verdades” próprias, que não resistiriam ao menor questionamento.
Estilo:
“Se o Bernardinho dorme só quatro horas por dia, eu também não preciso dormir muito” (uma notícia veiculada na mídia, por exemplo).
(Quem vê o Bernardinho dormir? É sempre só quatro horas? É saudável ou menos saudável por isso? Pode morrer cedo por este hábito?, etc.)
“Meu avô sempre fumou e viveu até os 85 anos, forte como um touro!”
(É uma regra ou exceção viver “forte como um touro” fumando? Era realmente tão forte assim? Não teria sido muito mais “forte” se não fumasse? Aqueles “esquecimentos” freqüentes do vovô não poderiam estar relacionados ao fumo? Etc, etc.)
Essas crenças (ou “verdades”) podem ser chamadas de superficiais: são mais ou menos fáceis de serem reveladas.
Outras (as profundas, o que os autores de língua inglesa chamam de core belief, algo como “crença do âmago”) podem estar – e frequentemente estão – escondidas. São muitas vezes desconhecidas do plano consciente da própria pessoa.
Exemplo:
“No fundo, eu não presto”
(motivada, por exemplo, por um sentimento de desprezo – real ou imaginária – por parte do pai ou da mãe, ou ainda de alguns de seus colegas de infância)
É mister do terapeuta (psicoterapeuta, por exemplo) trabalhar este sistema de crenças em benefício da pessoa. E não é uma missão lá muito fácil.
Precisa (dentre outras coisas) tempo, insight, dedicação, vontade de mudar (e mesmo investimento financeiro para o tratamento).
Mas pode valer muito à pena.

(* Caracu, para quem não sabe, é um termo usado para designar a medula óssea do gado, também chamada de tutano. Tem – ou tinha – o significado de algo central de alguma coisa ou de alguém)

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