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30 de maio de 2014

Recuse Rótulos


Quem dorme muito é deprimido. Criança que não aprende é devagar. Adolescente que pensa muito em sexo é tarado. Mãe nova não sabe lidar com criança. Gordo é preguiçoso. Magro é fraquinho. Baixinho se dá mal na vida. Alto é desajeitado. Fumante é viciado. Quem toma pouco banho é porco. Má dentição é sinônimo de descuido. Pobre é preguiçoso. Pessoas com Síndrome de Down são retardadas. Filho de peixe, peixinho é. 

Ainda que algumas das frases acima possam, às vezes, conter algo de verdade, não são sentenças. Não valem para todos. Podem nem mesmo valer pra quase ninguém. Podem refletir algum momento. Pode ser o contrário! Podem ter sido uma tremenda motivação para se desdizê-las de forma categórica. Mas expressam nossa tendência natural a "rotular". Ou não! 

27 de maio de 2014

Cultura do Mingau


O intestino preso, já da mais tenra idade, pode estar sinalizando más escolhas alimentares, como   acontece com o adulto.
Farinhas (cremes de arroz, farinhas de milho, biscoitinhos, mingaus) tendem a prender o intestino.
A prioridade para as frutas, verduras, legumes, hortaliças, sucos naturais tendem a regularizar o intestino, dentre outros motivos pelo alto conteúdo em fibras.
Como toda mamãe percebe, ter um intestino funcionante sai bem mais caro no final do mês. 
Mas se paga. 
As farinhas sempre foram uma alternativa barata para "encher a pança". O que gerou a "cultura do mingau": a aparente necessidade de se acrescentar farinha à alimentação do bebê a partir do 4o. ao 6o. mês. E é justamente essa carga de carboidrato "pronto" (sem fibras, sem outros micronutrientes) que tende a botar carga na capacidade insulínica engatinhante. Resultado? A epidemia de pneuzinhos, de triglicerídeos elevados, de diabéticos em idade adulta precoce.

Educadores 0 x Neymar 10

Lula tentou ensinar, o povo não quer aprender: foi com muita importância ao futebol e nenhuma à educação que ele, Lula, conseguiu vencer na vida. Então reclamam da Copa e querem mais educação? Inocentes! Sabem de nada!

23 de maio de 2014

Tormento Púrpura


Um pediatra pesquisador de Idaho, Estados Unidos, também muito incomodado com as bobagens que se falam (e fazem) sobre as chamadas "cólicas" do lactente, criou uma sigla mnemônica para os choros dos primeiros meses de vida:
PURPLE crying ("choro púrpura"), um termo que já tem sido muito usado pelos americanos (gostaria muito que por aqui pegasse também, o que dificulta é o fato de ser em inglês), significando:
P de "peak", pico, choro que inicia por volta das duas semanas de vida e atinge um pico por volta dos 2 meses de idade.
U de "unexpected", inesperado, crises de choro que vêm "do nada", sem avisar - assim como vão embora também de forma inesperada.
R de "resists", resiste às tentativas (mil!) de se fazer parar.
P de "pain-like face", cara de dor da criança que chora (os pais muitas vezes juram de pé junto que a criança tem dor).
L de "long lasting", longa duração. As crises diárias podem durar até 5 horas ou mais.
E de "evening", tarde e/ou noite, são os horários mais frequentes das crises.
Cerca de 95% dos casos não significam nada de mais - explica o Dr. Ronald Barr - mas quase levam os pais a loucura, pois "pais são feitos para se preocupar com seus filhos".
O que se faz? 
Espera-se que amadureçam.
Mais ou menos como outra fase da vida: a adolescência. Essa um pouquinho mais longa (e onde algum pais às vezes perdem os fios de cabelos jà brancos das noites de "cólicas"). 

20 de maio de 2014

Alergia Tem "Upgrade"


"Alergia é alergia (e pode ser grave), e eu não quero nem saber!".
Essa é a postura e o pensamento da maioria dos pacientes em relação a uma alergia (por exemplo, a um antibiótico), e não se pode tirar a razão.
Age-se através desse raciocínio, e acredito que vai sempre se ficar apenas por aí.
Agora, se você quer ir um pouquinho mais além, entenda:
Há dois tipos da chamada reação alérgica (por exemplo, à penicilina ou ao látex, ou aos alimentos): a tipo I (causada por um anticorpo, IGE, que pode ser grave, pode evoluir para a reação anafilática, com risco de vida) e a tipo IV (causada pela célula de defesa do organismo, linfócito, que provoca sintomas menos imediatos que a primeira).
A maioria das pessoas (até mais de 80%) que teve, por exemplo, alergia à penicilina, teve reação tipo IV, mais demorada, menos grave.
A complicação é que uma pequena porcentagem (variável dependendo de raça, região, número de exposições ao alérgeno, etc.) dos que tiveram reação tipo I vão ou podem evoluir para tipo I (potencialmente fatal).
É talvez por isso que muito médico não "anima" seus pacientes a buscarem o diagnóstico correto da "alergia" (que acaba sendo um termo vago, sem o subtipo). Para não se correr o risco de um "upgrade" alérgico, preferindo evitar de vez o medicamento (ou produto ou alimento) que a causou.


Como vimos, não sem razão... 

16 de maio de 2014

Imeritatum


Vimos por meio desta esclarecer que:

Mesmo naqueles casos em que os fatos e datas parecem coincidir exatamente, não fomos nós - nem os medicamentos ou terapêutica por nós indicadas - os responsáveis pelo seu filho "nunca mais ter tido qualquer gripe ou infecção de garganta ou infecções na bexiga ou tosse feia ou o que quer que seja".
Se ele melhorou (e que bom que melhorou!) foi muito, mas muito mais por conta própria - ou pelo amadurecimento do seu organismo/função imunitária, casualidade, fé, conjunção dos astros , queda e posterior subida do dólar, melhora do clima, postura mais otimista ou o que quer que seja. 
O último remédio por nós prescrito (tenha sido ele uma dolorosa Benzetacil na poupança, um xaropinho liquoroso, uma nova apresentação de analgésico, tudo isso junto ou o que quer que seja) não tem e nunca terá quaisquer propriedades milagrosas como as que V. Sra. imputa (graciosamente) à nossa pessoa (falo "nós", veja, apenas pelo rigor linguístico, não porque me imagine superior a uma singela pessoa ou que receba uma entidade ou porque esteja ficando louco ou o que quer que seja).
Poderíamos, como é senão de praxe, muito frequente, aceitar os louros a nós (ou ao remédio, ou...) atribuídos. Mas acreditamos que não fica bem, pois sabemos que são méritos indevidos (o valor da consulta, esta não, é bem merecida, pois temos bocas a alimentar). 
Continue, no entanto, a nos frequentar. Somos, apesar da humildade em reconhecer o exposto acima, todos mãos, ouvidos, olhos, ( narizes), nariz e cérebro dispostos a ajudá-lo (a você e a seu filho(a)) no que for possível (e só no que for humanamente possível).
Do seu (querido?) pediatra:

_________________________


P.S.: claro que a recíproca a tudo isso é também, quase sempre, verdadeira...

13 de maio de 2014

Um Marco

Essa é a milésima postagem. É coisa! E não sou eu que estou dizendo. Quem diz é a máquina. Essa nossa perigosa mania de confiar cegamente em máquinas (e aí pode ser que seja apenas a noningentésima nonagésima nona e eu esteja aqui - como diriam os lusitanos - "a me fazer"...).
Mas não. Assumamos. Milésima. Um marco importante na vida de todo mundo. O milésimo fora das pretensas namoradas. O milésimo filho. O milésimo cuspe no chão... Não hão de passar sem o devido registro. A devida comemoração. Parabéns pra mim (e não precisa mandar presente, mas algum crédito em bitcoin - ou na Amazon, ou no Ebay - poderá ser muito apreciado).
Como a Copa se avicina, a comparação com o milésimo do Pelé é inevitável. Também como ele tenho aparente fôlego para mais. Mas também como ele já ando pensando em algum lugar para pendurar as chuteiras. Já tive platéia, mas na era de Faces, Whats, Tweets, Instas estou tendo que fazer uma bicicleta, uma pedalada, um gol de placa por lance para que você não apague as últimas luzes desse bloguestádio.
Só não paro "no auge" porque ainda acredito que tenho algo para dar. Porque em meio a tanta opinião oficial (incorreção de linguagem, visto que a oficialidade exclui a veracidade opinativa) na área da saúde, gosto de me imaginar como alguém ainda independente. E turrão, orgulhosamente turrão. E provocativo. E revoltado? Revoltado! E pensante (qualidade que já não condiz com a profissão - médico, não blogueiro!).
Então ainda vai ter a milésima primeira.


Até!

9 de maio de 2014

Ternos "Diabretes" (?)


Assim como se pergunta aos pais, também os pediatras têm seus "filhos" preferidos (e, claro, assim como os pais, pediatras também têm a obrigação de negar, mas é meio que inevitável!).
Pensei nisso - e nessa postagem - enquanto atendia a um desses "queridinhos".
Quem são eles? Aqueles que pagam mais?
Felizmente não. 
Não é a relação com o dinheiro. Mas às vezes me pergunto se tem relação com os pais da criança. E a resposta parece positiva, em muitos casos. O entorno familiar conta. 
Mas é, como em tudo, muito mais devido ao acaso.
A um brilho especial no olhar, a uma carinha de malandro(a), a maneira de brincar - ou até de ficar quieto(a), à esperteza ou à inocente falta dela, à semelhança com alguma criança amada ou à própria criança que um dia fomos... Sei là!
E a correspondência? 
Também como no caso dos pais, é totalmente fortuito. 
Lembro fácil de alguns diabretes (putz, que coisa antiga!) que quanto mais me desprezavam, mais me deixavam com cara de embevecido (embevecido? melhor largar os livros do Machado!...).


6 de maio de 2014

Centrífuga


Mães que amamentam costumam imaginar que o leite materno as espoliam dos seus próprios nutrientes e até mesmo do seu próprio peso, em alguns casos.
Mais ou menos como uma centrífuga em que você põe a mãe de um lado, espreme e sai leite materno do outro.
Não é o leite do peito o "ladrão" de nutrientes, energia - e mesmo do peso - materno. É o dormir mal, é a preocupação constante, é o menor tempo para refeições adequadas, é o gasto calórico carregando o "pacote de açúcar" que triplica de peso em um ano - e se mexe (e como se mexe)!
Gravidez sim, espolia. Aquele pequeno inquilino - que poderia muito bem ser comparado a um parasita - deriva os melhores nutrientes, anticorpos, temperatura e até mesmo o oxigênio (!) do organismo materno para o seu, às vezes causando danos ao "dono da casa". Tanto que é frequente, por exemplo, vermos mães com grau relativamente importante de anemia terem filhos com células sanguíneas absolutamente normais!

2 de maio de 2014

Inocuol


Ilustração do método "científico" da bactéria do bem combatendo as bactérias do mal

Tem pouca coisa sendo mais pesquisada na indústria farmaco-alimentícia para uso em crianças do que os probióticos.
Está se propondo para quase tudo: das cólicas dos lactentes até a prevenção do câncer.
Com estudos pesadamente financiados, pesquisadores tentar provar por A + B (com enroladas estatísticas) de que o negócio funciona.
Numa coisa certamente (e provavelmente apenas) os probióticos são excelentes: em não causar efeitos colaterais.
Como água da torneira, por exemplo. Com a desvantagem de que essa última hidrata.
Se pararmos pra pensar, o princípio dos probióticos (bactérias boazinhas que tentariam combater as más), se funcionasse, teria nos transformado em pessoas super-saudáveis ao tomarmos um frasquinho diário de Yakult (o que muitas crianças que hoje são adultos fizeram por muito tempo). 
Nada de espetacular aconteceu (exceto o enriquecimento do Dr. Shirota - nome do japonês criador do leitinho fermentado).
Mas eles vão nos fazer acreditar nessa bobagem, mais cedo ou mais tarde.
Pode apostar.
(Esse é mais um daqueles produtos que poderíamos batizar de Inocuol ®)